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Investigação da suscetibilidade à anfotericina B e à miltefosina em isolados clínicos de Leishmania spp.: estudos in vitro e in vivo = Investigation of susceptibility to amphotericin B and miltefosine in clinical isolates of Leishmania spp.: in vitro and in vivo studies

Texto completo
Autor(es):
Bianca Alves Ferreira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Adriano Cappellazzo Coelho; Selma Giorgio; Juliana Quero Reimão
Orientador: Adriano Cappellazzo Coelho
Resumo

A leishmaniose é uma doença negligenciada e endêmica em pelo menos 98 países, causada por protozoários do gênero Leishmania. Esses protozoários são parasitos digenéticos e são transmitidos através da picada de insetos hematófagos conhecidos como flebotomíneos. Apesar da doença ter caráter eminentemente rural, a mesma encontra-se em expansão para regiões urbanas de médio a grande porte, tornando-se um crescente problema de saúde pública no Brasil. Anualmente são notificados 25 mil casos de leishmaniose tegumentar e 3 mil novos casos de leishmaniose visceral. A quimioterapia da leishmaniose no Brasil limita-se basicamente ao uso de antimoniais pentavalentes, anfotericina B e pentamidina. Estes fármacos possuem uma resposta clínica variável, são administrados via parenteral, além de possuírem vários efeitos colaterais, devido a toxicidade. Recentemente, a miltefosina foi aprovada para o tratamento clínico da leishmaniose tegumentar no Brasil, fármaco este que já vem sendo utilizado há quase duas décadas no tratamento da leishmaniose visceral na Ásia. Neste estudo, foi avaliada a suscetibilidade in vitro da anfotericina B e da miltefosina em todas as espécies endêmicas de Leishmania responsáveis pela leishmaniose tegumentar e visceral no Brasil e em um painel de 14 isolados clínicos de Leishmania spp. de um centro de referência para tratamento de leishmaniose tegumentar. A susceptibilidade in vitro à anfotericina B e à miltefosina dos isolados clínicos e cepas de Leishmania foi determinada nas formas promastigota e amastigota intracelular. Os resultados obtidos indicaram uma moderada variação na suscetibilidade a esses fármacos em ambas as formas do parasito, sendo a forma amastigota mais suscetível. Além disso, uma linhagem de L. (L.) amazonensis resistente à anfotericina B foi selecionada in vitro. Os ensaios in vivo foram realizados utilizando camundongos BALB/c infectados com a cepa selvagem de L. (L.) amazonensis, com a linhagem resistente e com um isolado clínico desta mesma espécie, proveniente de um paciente que não respondeu a esse fármaco. Os animais infectados com cada uma das três linhagens foram tratados com anfotericina B durante 20 dias por via intraperitoneal. Nas infecções com a cepa selvagem, os animais tratados apresentaram redução significativa no tamanho da lesão e na carga parasitária de forma dose depedente. No entanto, os grupos de animais infectados com o isolado clínico ou com a linhagem resistente não apresentaram redução no tamanho da lesão, nem na carga parasitária. Estes resultados demonstraram que os animais infectados tanto com a linhagem resistente à anfotericina B, quanto com o isolado clínico já exposto ao fármaco na clínica, não responderam ao tratamento in vivo à anfotericina B. Estes achados podem contribuir para avaliar as limitações do uso de anfotericina B e da miltefosina no tratamento da leishmaniose tegumentar no Brasil (AU)

Processo FAPESP: 20/01948-1 - Avaliação da suscetibilidade in vitro a fármacos alternativos em isolados clínicos e de cães de Leishmania spp
Beneficiário:Bianca Alves Ferreira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado