Busca avançada
Ano de início
Entree


Estudo de mutações no gene da conexina 26 como causa da deficiencia auditiva neurossensorial não sindromica

Texto completo
Autor(es):
Camila Andréa de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Edi Lúcia Sartorato; João Monteiro de Pina Neto; Luis Alberto Magna
Orientador: Andrea Trevas Maciel Guerra; Edi Lúcia Sartorato
Resumo

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 10% da população mundial apresenta algum tipo de problema auditivo e esta prevalência aumenta com a idade. Não há dados oficiais da prevalência da deficiência auditiva no Brasil. Em países desenvolvidos a deficiência auditiva está presente em cerca de 1 em cada 1.000 crianças, estimando-se que 60% dos casos de surdez pré-lingual isolada tenham bases genéticas. Embora no Brasil a maioriados casos ainda sejam devidos a fatores ambientais,a proporção de casos de origem genética tende a aumentar com a melhoria na saúde pública. Até o momento já foram clonados 16 genes que causam deficiência auditiva não sindrômica de herança autossômica recessiva (NSRD). O gene GJB2, que determina a produção da proteína conexina 26 (Cx26), foi o primeiro a ser associado a NSRD, e mutações nesse gene são a principal causa genética de surdez no ser humano. A conexina 26 está envolvida na formação de gap junctions, canais de comunicação intercelular necessários à produção de potenciais de ação e que estão presentes em células da cóclea.Mutações no gene GJB2 vêm sendo detectadas em várias populações; uma delas, a 35delG, é particularmente freqüente entre Caucasóides do sul da Europa. A frequência de heterozigotos para essa mutação foi recentemente estimada em recém-nascidos de uma região próxima a Campinas como sendo de 0,97%. Neste trabalho foi realizada a análise do gene GJB2 em 39 famílias com surdez não sindrômica,tanto familial quanto esporádica,a fim de determinara freqüência e o tipo de mutações nesses pacientes. Em 36 casos-índice (grupo A) foi realizada uma avaliação clínica prévia para excluir ao máximo a possibilidade de uma origem ambiental. Dados clínicos e moleculares de outros três pacientes surdos com mutação na Cx26 previamente diagnosticados (grupo B) também foram considerados. Mutações no gene GJB2 foram identificadas em 8 das 36 famílias do grupo A (22%), incluindo metade dos 10 pacientes com surdez familial e 3 dos 26 casos isolados (11,5%). A mutação 35 delG foi encontrada em 84,2% (16/19) dos alelos mutados. Três outras mutações foram observadas: V95M, V37I e delE120. Seis pacientes eramhomozigotos para a mutação 35delG, 2 heterozigotos compostos e 3 heterozigotos, ou seja, foi encontrado somente um alelo mutado. O polimorfismo V27I foi encontrado em dois casos esporádicos.Esses resultados indicam que em nossa região, assim como vem sendo observado em outras populações, mutações na conexina 26 sejam a principal causa de surdez de origem genética. Assim sendo, devem ser pesquisadas tanto em casos hereditários quanto, principalmente, em casos esporádicos de origem indefinida, de modo a possibilitar o aconselhamento genético e o diagnóstico precoce de novos casos que venham a surgir nessas famílias (AU)

Processo FAPESP: 98/15876-7 - Estudo de mutacoes no gene da conexina 26 como causa da deficiencia auditiva neurossensorial nao sindromica.
Beneficiário:Camila Andréa de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado