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Local adaptation between coastal and inland populations of Epidendrum fulgens Brongn. (Orchidaceae: Epidendroideae)

Texto completo
Autor(es):
Thales Moreira de Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Fábio Pinheiro; Gustavo Habermann; Cleber Juliano Neves Chaves
Orientador: Fábio Pinheiro; Rafael Vasconcelos Ribeiro
Resumo

A adaptação local ocorre quando a seleção natural divergente se sobrepõe ao fluxo gênico. Adaptação local é muito estudada, mas desvendar as pressões seletivas que levam à evolução da adaptação local ainda é uma área em aberto. Este trabalho analisa a adaptação local entre populações costeiras e interioranas de Epidendrum fulgens Brongn., uma espécie de orquídea endêmica do sul e sudeste brasileiro. Enquanto as populações costeiras ocorrem em restingas, as populações do interior ocorrem em afloramentos rochosos. A principal hipótese testada é que as plantas costeiras seriam mais resistentes ao sal em forma de maresia. Para testar tal hipótese, primeiro realizamos um experimento piloto de resistência ao spray salino (Capítulo 1). Utilizando 10 plantas envasadas, contando com indivíduos tanto da costa como do interior, aplicamos 4 níveis de tratamento por borrifação, correspondendo a diferentes concentrações de solução salina (0 (controle), 200, 400 e 800 mM Na), diariamente por 10 dias. Avaliamos a performance das plantas medindo o rendimento máximo do PSII (Fv/Fm), o potencial osmótico (??), o conteúdo relativo de água (RWC), o índice de clorofila foliar e a concentração foliar de Na, K, Ca e Mg. Nossos resultados mostraram que E. fulgens é altamente resistente ao estresse salino, sendo seus principais mecanismos de resistência o impedimento da entrada do sal através epiderme e o ajuste osmótico ativo. Com esses resultados em mãos, seguimos para o experimento principal a fim de testar a adaptação local ao spray marinho (Capítulo 2). Realizamos um experimento expondo 96 plantas – duas populações da costa e duas do interior – à pulverização de água do mar (400 mM) por 60 dias e avaliamos seu desempenho medindo o rendimento máximo do PSII (Fv/Fm), a taxa de expansão foliar, o potencial osmótico (??), o conteúdo relativo de água (RWC), o índice de clorofila foliar, a concentração foliar de Na, K, Ca e Mg, e a taxa de crescimento relativo (RGR). Os únicos parâmetros que responderam de maneira relevante ao sal foram o RGR e a taxa de expansão foliar, mas responderam de maneira semelhante entre os grupos. No geral, ambos os grupos são consideravelmente resistentes ao sal, contrariando a hipótese de adaptação local ao spray marinho. Por fim, realizamos ainda análises de sobreposição de nicho climático realizado, análises de correlação entre a estrutura genética neutra (Fst) e o diferenciação climática e análises de diferenciação fenotípica em quatro atributos fenotípicos (área específica foliar, conteúdo saturado de água, densidade estomática e altura) (Capítulo 3). A sobreposição de nicho foi nula, conforme se esperaria caso houvesse a adaptação local. Detectamos também uma correlação positiva entre Fst e diferenciação climática, indicando isolamento por ambiente e um possível processo de adaptação local. Por outro lado, a variação fenotípica entre os grupos se dá basicamente por plasticidade fenotípica, não havendo sinal de adaptação local no fenótipo. Essas evidências conflitantes dificultam uma resposta simplista à questão de se a adaptação local está presente. Entretanto, unindo-se todas as evidências coletadas neste trabalho a conclusão é que a ausência de adaptação local entre as populações costeiras e interioranas é a hipótese mais razoável (AU)

Processo FAPESP: 20/12723-0 - Características funcionais e adaptação local em ecótipos de Epidendrum fulgens Brongn (Orchidaceae)
Beneficiário:Thales Moreira de Lima
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado