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A Babilônia e a formação dos Selêucidas: impactos da integração imperial na elite local e na cultura escribal (sécs. IV e III a.C.)

Texto completo
Autor(es):
Santiago Colombo Reghin
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marcelo Aparecido Rede; Carlos Henrique Barbosa Gonçalves; Leandro Penna Ranieri; Henrique Modanez de Sant'Anna
Orientador: Marcelo Aparecido Rede; Fábio Augusto Morales Soares
Resumo

Após a morte de Alexandre III, os recém formados impérios helenísticos precisavam cooptar as elites locais para assegurar suas condições de expansão e de estabilidade. O Império Selêucida herdou a maioria do território conquistado por Alexandre e, como ele, estabeleceu seu núcleo inicial na Babilônia. A relação entre os agentes imperiais selêucidas e a elite local sacerdotal do templo de Esagila, a principal instituição da cidade, é o foco dessa dissertação. Examinaremos como a organização institucional e a cultura escribal dessa elite foram afetadas pelo processo de integração ao império e, por consequência, ao mundo helenístico mais amplo. Para melhor compreendermos esse processo, propomos uma análise em dois passos. Primero, investigaremos como o império se estruturou no local e como isso afetou a organização do templo de Esagila. Para tal, nós identificaremos as estratégias políticas do império, como a implantação de novas instituições e sistemas fiscais, a delegação de agentes imperiais e as medidas evergéticas – conforme registrado nos textos historiográficos, administrativos e em estelas. Nós argumentaremos que, à semelhança de outras cidades centrais no território imperial, ao mesmo tempo em que foram implantadas mudanças significativas na organização local, a corte dependia fortemente da colaboração das elites nativas; logo, os selêucidas elevaram os sacerdotes de Esagila ao status de retransmissores do poder imperial na cidade, bem como cedera a ela um grau de liberdade administrativa. Segundo, inqueriremos as fontes histórico-literárias babilônicas para perceber como a cultura escribal mantida pela elite sacerdotal foi afetada pela anexação imperial. Analisaremos tanto como essa cultura se apropriou de tendências e topoi literários do mundo helenístico quanto como os novos contatos com a dinastia estrangeira intensificaram algumas dinâmicas mais antigas da cultura escribal pré-helenística. Nós argumentaremos que, por um lado, os sacerdotes utilizaram as referências helenísticas para criar um canal de comunicação efetivo com a corte imperial e, por outro lado, advogaram pela importância e utilidade do saber milenar babilônico, mantidos no templo, para guiar o governo selêucida. Nós compreendemos que ambos os passos mostram tanto o impacto do império no âmbito político-cultural da Babilônia quanto a agência e expectativas locais em relação à nova dinastia. (AU)

Processo FAPESP: 20/04735-9 - A elite intelectual Babilônica e a formação do Império Selêucida: alterações e influências na cultura cuneiforme (séc. IV-III a.C.)
Beneficiário:Santiago Colombo Reghin
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado