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Ecotoxicidade de esgoto tratado como um parâmetro operacional em ETEs e avaliação do possível impacto nos corpos receptores

Texto completo
Autor(es):
Gabriela Cristina Fonseca Almeida
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Limeira, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Tecnologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Gisela de Aragão Umbuzeiro; Amanda dos Santos; Clarice Maria Rispoli Botta
Orientador: Gisela de Aragão Umbuzeiro
Resumo

O lançamento de efluentes domésticos, municipais e industriais costuma ser a principal fonte de toxicidade aquática observada em águas superficiais. De acordo com a legislação brasileira Resolução CONAMA nº 430/11 os efluentes não devem ter potencial de causar impacto no corpo receptor e, para avaliar esse impacto, são necessários testes de toxicidade. A avaliação do potencial de impacto dos efluentes deve ser realizada com base na vazão média dos lançamentos de efluentes e na vazão de referência dos respectivos corpos receptores, conforme as Resoluções CONAMA 430/11 e SMA 03/2000. Neste trabalho, foi avaliada a ecotoxicidade de efluentes finais de diferentes Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs) do Estado de São Paulo, Brasil (denominadas A, B, C, D) com diferentes tipos de tratamentos. A ETE A utiliza reatores UASB seguidos de lodo ativado e decantação; A ETE B utiliza lodo ativado em batelada seguido de cloração; A ETE C utiliza reatores UASB seguidos de câmara anóxica, filtro biológico aerado submerso, decantador secundário e cloração. A ETE D utiliza reatores biológicos e ultrafiltração (Membrane Bio Reactor, MBR). Foram avaliadas seis campanhas mensais. Todas as amostras foram testadas para toxicidade aguda com Daphnia similis. Duas amostras de cada ETE, que não apresentaram toxicidade aguda para D. similis, foram selecionadas para avaliação crônica com Ceriodaphnia dubia. Além disso, duas amostras de cada ETE foram analisadas quanto à toxicidade aguda com Danio rerio (FET). Os resultados foram expressos em CE/CL50, CI10 e em Unidades Tóxicas (UT). Todos os efluentes da ETE B apresentaram toxicidade aguda para D. similis com CE50 entre 60,8% a 25 % de mortalidade na amostra 100%. Os efluentes das ETEs A e C apresentaram toxicidade aguda em pelo menos uma campanha e toxicidade crônica foi detectada nas duas amostras avaliadas de cada ETE com CI10 entre 3 e 45%. D. rerio foi menos sensível que D. similis para as ETEs A e C, mas para uma amostra da ETE B foi mais sensível. Para as ETEs A, B e C a amônia foi a principal provável causa da toxicidade aguda detectada com D. similis. A ETE D não apresentou nenhuma amostra tóxica para D. similis ou C. dubia, mas apresentou indícios de aguda para D. rerio. Efluentes da ETE C possuem potencial de causar impacto no corpo receptor. Embora a ETE B tenha apresentado toxicidade aguda na maioria das campanhas e indícios de toxicidade em uma campanha para D. similis e toxicidade nas duas amostras analisadas para D. rerio, não apresentou potencial de causar impacto no corpo receptor devido à alta diluição do efluente no corpo receptor. O tratamento que utiliza reatores biológicos e ultrafiltração (MBR) foi a que apresentou efluentes de melhor qualidade em termos de toxicidade quando comparadas com as outras três ETEs avaliadas. A utilização de testes toxicológicos mostrou ser uma boa ferramenta para complementar as análises químicas na avaliação da qualidade de efluentes finais. Além disso, os resultados podem auxiliar na escolha de melhores tratamentos, contribuindo para a melhoria da qualidade dos corpos hídricos receptores (AU)

Processo FAPESP: 21/01204-5 - Ecotoxicidade de esgoto tratado como um parâmetro operacional em ETEs e avaliação do possível impacto nos corpos receptores
Beneficiário:Gabriela Cristina Fonseca Almeida
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado