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Efeito do pré-tratamento com fluoxetina sobre a hipotermia induzida por endotoxemia

Texto completo
Autor(es):
Isis Paiva Trajano
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luiz Guilherme de Siqueira Branco; Glauce Crivelaro do Nascimento Marangoni; Angelita Maria Stabile
Orientador: Luiz Guilherme de Siqueira Branco; Luís Henrique Angenendt da Costa
Resumo

As síndromes associadas à inflamação sistêmica são acompanhadas de alta mortalidade e permanecem um desafio na medicina de emergência. A administração de lipopolissacarídeo (LPS) mimetiza experimentalmente um quadro de inflamação sistêmica que produz citocinas pró-inflamatórias como TNF-α, IL-1β e IL-6, além de mudanças na temperatura corporal, como a febre e a hipotermia, de acordo com a dose e a temperatura ambiente. A alta mortalidade resultante de casos graves de inflamação sistêmica e o comprometimento que ela causa faz com que a compreensão dos mecanismos envolvidos se torne essencial para a descoberta de novas terapias. Nosso laboratório demonstrou recentemente que a administração central de serotonina (5-HT) exógena tem efeito anti-inflamatório em modelo animal de inflamação. Nesse sentido, formulamos a hipótese que a manipulação da via serotoninérgica é um potencial alvo terapêutico, sendo a fluoxetina (medicamento inibidor seletivo de recaptação de serotonina - ISRS), um potencial imunomodulador via mecanismos serotoninérgicos. Assim, o objetivo deste projeto foi avaliar o possível papel do tratamento prévio com fluoxetina sobre os parâmetros termorregulatórios e neuroimunes em animais com inflamação sistêmica. Para esta avaliação, os animais foram pré-tratados com fluoxetina durante 7 dias e submetidos à endotoxemia por meio da administração de LPS no dia do experimento. Após o experimento, os animais foram eutanasiados para a coleta de plasma, encéfalo, baço e tecido adiposo marrom, para a dosagem de citocinas anti e pró-inflamatórias séricas e esplênicas, além da PGE2 e PGD2 no hipotálamo e no plasma e quantificação de UCP-1 no tecido adiposo marrom, somando-se à medida de temperatura corporal interna, temperatura da cauda (para cálculo do Índice de Perda de Calor) e consumo de O2 (para mensuração da termogênese sem tremor) que foram realizadas durante o experimento. Os resultados mostraram níveis plasmáticos reduzidos de 5-HT, bem como níveis aumentados de NO e citocinas no plasma e baço e PGE2 no hipotálamo durante a SI. Curiosamente, a FLX atenuou a hipotermia induzida por LPS, acompanhada por uma redução nos NOs esplênico e plasmático, além das interleucinas (IL) 6 e 10. Esses dados indicam que níveis reduzidos de 5-HT durante SI estão associados ao aumento do estado pró-inflamatório observado durante a hipotermia. Além disso, os resultados estão alinhados com a hipótese de que a hipotermia, atenuada pela FLX, se desenvolve de forma regulada como uma estratégia adaptativa, e que o efeito anti-inflamatório da FLX é aparentemente o resultado do recrutamento de mais de uma via de sinalização, como a via anti-inflamatória esplênica, junto ao efeito da FLX diretamente nas células do sistema imune. (AU)

Processo FAPESP: 22/01783-8 - Efeitos do pré-tratamento com fluoxetina sobre a hipotermia induzida por endotoxemia
Beneficiário:Isis Paiva Trajano
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado