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Dinâmica do manguezal de Marapanim (PA) em escalas milenar, secular e decadal através de análises multi-proxy

Texto completo
Autor(es):
Evandro Augusto de Souza Magalhães
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/STB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luiz Carlos Ruiz Pessenda; Paulo Cesar Fonseca Giannini; Luiza Santos Reis
Orientador: Luiz Carlos Ruiz Pessenda
Resumo

A dinâmica dos manguezais na região de Marapanim-PA, ao longo dos últimos ~1524 anos cal AP, foi influenciada por processos autogênicos e alogênicos, identificados em escalas milenar, secular e decadal, e determinados por meio da integração de dados estratigráficos (radiografia, granulometria, cor e fácies), geoquímicos (Fluorescência de Raios X - FRX), isotópicos e elementares (13C, 15N, COT, TN, razão C/N, binários 13C x C/N e 15N x 13C), palinológicos e geocronológicos (datação 14C), além do sensoriamento remoto orbital e com drones. As análises de sensoriamento remoto revelaram que os processos autogênicos, tais como a dinâmica dos canais de maré e a formação e erosão de substratos lamosos, tiveram impactos significativos na dinâmica de expansão e contração dos manguezais na planície estuarina do rio Marapanim em uma escala decadal. Análises multi-proxies indicaram a instalação dos manguezais representados pelos gêneros Laguncularia, Avicennia e Rhizophora nas planícies de maré da área de estudo, formadas por processos autogênicos desde pelo menos ~1524 anos cal AP. Durante a Anomalia Climática Medieval (MCA) (1250 750 anos cal AP), com provável diminuição nas precipitações e nas descargas fluviais, predominou na planície de maré uma vegetação herbácea com manguezal, sendo observada a substituição de árvores do gênero Rhizophora por Avicennia em resposta ao aumento da salinidade do substrato nos períodos em que este evento climático foi mais acentuado. O aumento das precipitações e descargas fluviais durante a Pequena Idade do Gelo (LIA) (500 100 anos cal AP) permitiu que a vegetação de várzea expandisse sobre os manguezais, provavelmente devido à redução na salinidade das marés na região. A partir de 1850 AD (~100 anos cal AP), um aumento na influência marinha criou condições favoráveis para o desenvolvimento e a expansão dos manguezais na área estudada. Os processos autogênicos, identificados como as principais forças associadas às mudanças observadas em escala decadal, pela formação e erosão de áreas de planície de maré, propícias ao desenvolvimento de manguezais, e os processos alogênicos, registrados principalmente em escalas secular e milenar, associados às variações na influência marinha, mudanças no ciclo hidrológico e na descarga fluvial decorrentes de alterações climáticas, são/foram as principais forças que modularam a dinâmica da vegetação na área estudada. (AU)

Processo FAPESP: 21/12015-9 - Dinâmica do manguezal de marapanim (pa) em escalas secular e decadal através de análises multi-proxy
Beneficiário:Evandro Augusto de Souza Magalhães
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado