Artes visuais na amazonia indigena: uma abordagem comparativa a partir dos complex...
As festas de Apapaatai: por uma abordagem etnopolítica do ritual e do xamanismo Waura
A epistemologia estética no xamanismo ameríndio: três casos etnográficos
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Autor(es): |
Aristoteles Barcelos Neto
Número total de Autores: 1
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Tipo de documento: | Tese de Doutorado |
Imprenta: | São Paulo. , ilustrações, tabelas. |
Instituição: | Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) |
Data de defesa: | 2004-06-08 |
Membros da banca: |
Lux Boelitz Vidal;
Eduardo Batalha Viveiros de Castro;
Dominique Tilkin Gallois;
Sylvia Maria Caiuby Novaes;
Robin Michel Wright
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Orientador: | Lux Boelitz Vidal |
Área do conhecimento: | Ciências Humanas - Antropologia |
Indexada em: | Banco de Dados Bibliográficos da USP-DEDALUS |
Localização: | Universidade de São Paulo. Biblioteca Central da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas; FFLCH/T; ARCELOS NETO, A. |
Resumo | |
Esta tese é uma etnografia das relações sociais que os índios Wauja do Alto Xingu estabelecem com os seres prototípicos da alteridade -- os apapaatai -- via adoecimentos e rituais de máscaras e aerofones. A descrição e análise dessas relações estão centradas numa estrutura seqüencial de três ações que os Wauja caracterizam por passear (com), trazer e fazer apapaatai. O passear implica em estar sofrendo de um adoecimento grave que resulta no total ou parcial deslocamento da alma (i.e. da consciência e da substância vital) do doente para o mundo dos apapaatai. A alma wauja é divisível, sendo passível de ser distribuída entre uma diversidade considerável de apapaatai, cada qual ligado a rituais específicos e inter-relacionantes. Ao xamã visionário-divinatório cabe descobrir com quais apapaatai estão a(s) alma(s) do doente, prosseguindo-se, então, com uma terapia para o resgate da(s) alma(s) -- o ritual de trazer apapaatai, no qual certos parentes do doente são convocados a incorporar os apapaatai em posse da(s) alma(s) e a devolvê-la(s) ao doente. Tal incorporação confere a esses parentes o status de kawoká-mona, o qual se caracteriza por \"apresentar\" ritualmente os apapaatai para o doente. A terapêutica se completa quando os kawoká-mona fazem os apapaatai na forma de máscaras e/ou aerofones rituais, sobre os quais o doente (ou ex-doente, caso seu estado de saúde tenha se normalizado) assume o status de nakai wekeho (\"dono\" ritual, i.e. aquele que cuida/alimenta os apapaatai). Contudo, o ritual de apapaatai é muito mais do que um meio de curar: suas implicações sociológicas mais relevantes só podem ser entendidas por meio dos eventos subseqüentes à festa em si, cujo desenvolvimento completo pode durar quase uma vida inteira. A manutenção desses rituais )consolida duas categorias sociais permanentes e fundamentais entre os Wauja -- kawoká-mona e nakai wekeho --, de cujas articulações resultam numa série de serviços e produtos diretamente em favor do \"dono ritual\" e da própria continuidade do ritual. Procuro demonstrar que a ritualização da doença é um dos pivots centrais da socialidade wauja. É a partir desses rituais que se articulam as trocas entre as diferentes unidades residenciais, o ethos da generosidade-respeito-vergonha e a cosmopolítica wauja (AU) | |
Processo FAPESP: | 99/11492-2 - As festas de Apapaatai: por uma abordagem etnopolítica do ritual e do xamanismo Waura |
Beneficiário: | Aristoteles Barcelos Neto |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Doutorado |