Busca avançada
Ano de início
Entree


Geotermobarometria e evolução metamórfica do segmento central do Grupo Dom Silvério, MG

Texto completo
Autor(es):
Thatyana Benevides
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo. , gráficos, ilustrações, mapas, tabelas.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Geociências (IG/BT)
Data de defesa:
Membros da banca:
Caetano Juliani; Hanna Jordt Evangelista; Renato de Moraes
Orientador: Caetano Juliani
Área do conhecimento: Ciências Exatas e da Terra - Geociências
Indexada em: Banco de Dados Bibliográficos da USP-DEDALUS
Localização: Universidade de São Paulo. Biblioteca do Instituto de Geociências; IGC/T B465 T.g
Resumo

O Grupo Dom Silvério é constituído predominantemente por metassedimentos, representados por xistos, paragnaisses, rochas calciossilicáticas e quartzitos, além de metabasitos e rochas metavulcanossedimentares muito subordinadas. Todo o conjunto foi afetado por uma forte transposição tectônica de regime dúctil relacionada ao desenvolvimento de uma zona de cisalhamento de baixo ângulo, com transporte de massa para oeste. A este evento associa-se à colocação de corpos de metagranito porfirítico sin-tardi cisalhamento e diques de rochas básicas pós-tectônicos, fracamente metamorfisados. Ainda, afloram na região, ortognaisses e migmatitos pertencentes ao complexo Mantiqueira, que constituem o embasamento do Grupo Dom Silvério na região. Os dados petrográficos e os cálculos geotermobarométricos indicam que dois eventos metamórficos foram responsáveis pelos equilíbrios texturais e químicos encontrados nas associações de minerais. O primeiro evento (M1) tem caráter regional, ao qual vincula-se o desenvolvimento de dobras intrafoliais redobradas similarmente e crenuladas, mas estas estruturas são observadas apenas em porções mais poupadas pela intensa foliação milonítica (\'S IND. N+1\') associada à zona de cavalgamento, que, devido a sua grande intensidade oblitera quase que totalmente os registros dos eventos tectono-metamórficos prévios. As paragêneses deste evento estão registradas nos núcleos dos minerais, especialmente na granada de xistos grossos. As condiçõesmetamórficas deste evento são da fácies anfibolito inferior, de pressão intermediária (Barrowiano). O segundo evento metamórfico (M2) relaciona-se com o desenvolvimento da zona de cavalgamento, que afetou generalizadamente as rochas da área. Este evento alcançou a fácies anfibolito superior e foi também de condições báricas Barrowianas. Os cálculos geotermobarométricos indicam que o pico térmico ocorreu por volta de 750°C, em pressões variando entre 9 e 12 Kbar. As trajetórias deste evento são tipicamente anti-horárias, com os picos térmicos e báricos atingidos em períodos tardios ou posteriores ao desenvolvimento da foliação milonítica. Segue-se a este evento progressivo uma redução da pressão e da temperatura, evidenciada por substituição da biotita por clorita, cujos cálculos geotermobarométricos indicam estágio retrometamórfico ainda em fácies anfibolito. Uma amostra situada nas proximidades do contato som sills de metagranitos porfiríticos resultou em temperatura de cristalização ainda mais alta ~800°C para os minerais metamórficos desta fase, interpretada como decorrente do aquecimento causado pelas intrusões tabulares tardi-a pós-cisalhamento. Os corpos do granito porfirítico foram também metamorfisados, mas em temperaturas mais baixas, associadas com o retrometamorfismo relacionado à M2. As trajetórias metamórficas anti-horárias são interpretadas como decorrentes do cavalgamento e embricamento de placasquentes, leste para oeste, o que propiciou a manutenção e até mesmo alçamento das isotermas nos blocos cavalgados. A manutenção das isotermas é interpretada como devida à colocação de corpos tabulares de granito concomitantemente ao evento de cisalhamento. O reequilíbro metamórfico final em baixo grau associa-se à percolação de fluidos hidrotermais nas zonas de cisalhamento, em níveis crustais mais rasos. No Complexo Mantiqueira observam-se relíquias de estruturas migmatíticas gnaissificadas anteriormente ao desenvolvimento da zona de cisalhamento de baixo ângulo que afetou ambos os conjuntos, o que sugere que esta unidade constitui o embasamento do Grupo Dom Silvério. Entretanto, caso as duas unidades geológicas sejam contemporâneas, a ausência de indícios de fusão parcial nas rochas do Grupo Dom Silvério quando em contato com o Complexo Mantiqueira, seria indicativa da existência de descontinuidades tectônicas crustais maiores e da justaposição de blocos de diferentes graus metamórficos, devida ao desenvolvimento do cisalhamento neoproterozóico (AU)

Processo FAPESP: 00/10843-5 - Geotermobarometria e evolucao metamorfica do segmento central do grupo dom silverio (mg).
Beneficiário:Thatyana Benevides
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado