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Limites das convicções científicas: as epidemias no Rio de Janeiro e em Socorro e o desencadeamento da crise nos estudos da febre amarela (1927-1948)

Texto completo
Autor(es):
Aleidys Hernandez Tasco
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Cristina de Campos; Maria Gabriela Silva Martins da Cunha Marinho; Marko Synésio Alves Monteiro
Orientador: Cristina de Campos
Resumo

Em 1927 a luta contra a febre amarela parecia finalizada no continente americano. A Fundação Rockefeller, instituição filantrópica estadunidense que tinha como principal objetivo o combate da febre amarela na primeira metade do século XX, assegurava que a doença estava quase erradicada. No entanto, a ocorrência das epidemias de febre amarela no Rio de Janeiro em 1928 (Brasil) e em Socorro em 1929 (Colômbia), colocou em dúvida as medidas profiláticas recomendadas e aplicadas tanto pelos órgãos nacionais de Saúde Pública como os da Fundação Rockefeller que participou da luta contra essa doença em ambos os países. Ao mesmo tempo em que ocorriam as epidemias, uma controvérsia instalou-se em torno à descoberta de Stokes, Bauer e Hudson na África, em 1927, que demonstrou que a febre amarela era facilmente inoculável no Macacus Rhesus. Tal descoberta acabou por rejeitar a concepção etiológica estabelecida em 1919 por Noguchi. A nova descoberta dos pesquisadores, as epidemias e a rejeição da teoria de Noguchi geraram uma enorme desconfiança na época, dando a sensação de que nada era seguro em assuntos relacionados à febre amarela, despertando uma crise nos estudos da doença. Esta pesquisa assume a responsabilidade de fazer um estudo comparativo a partir da ciência, da política e da técnica que ambos os países usaram no combate à doença, com intuito de conhecer as experiências desenvolvidas com o fenômeno da febre amarela. Assim, a dissertação tem dois objetivos principais. Primeiro, analisar o processo histórico da febre amarela, a fim de entender a crise que predominou nos estudos da doença entre os anos de 1927 e 1930. Para isso iremos analisar os múltiplos atores locais, nacionais e internacionais no domínio teórico e técnico da doença, durante a epidemia de febre amarela no Rio de Janeiro, em 1928-29, e em Socorro, em 1929. O segundo objetivo é analisar as manifestações científicas contra o avanço da febre amarela no Brasil e na Colômbia, a partir das duas últimas grandes epidemias registradas no Rio de Janeiro (1928-1929) e em Socorro (1929), através das tensões entre o ideal de uma ciência médica universal, representada pela Fundação Rockefeller e pelas Conferências Pan-Americanas, e as práticas de saúde pública, representadas por médicos e pesquisadores, elaboradas localmente para minimizar o alcance da febre amarela no período de 1930 a 1948 (AU)

Processo FAPESP: 11/16675-1 - Ciência e Saúde Pública no Brasil e na Colômbia: um estudo comparativo sobre as medidas profiláticas na última epidemia de febre amarela urbana (1927-1950)
Beneficiário:Aleidys Hernandez Tasco
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado