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Do conves ao porto: a experiencia dos marinheiros e a revolta de 1910

Texto completo
Autor(es):
Alvaro Pereira do Nascimento
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Silvia Hunold Lara; Margarida de Souza Neves; Marcos Luiz Bretas; Sidney Chalhoub
Orientador: Silvia Hunold Lara
Resumo

o tema desta tese é a Revolta dos Marinheiros de 1910. Ela não foi a primeira nem a última a exigir melhores condições de trabalho na Marinha de Guerra. Mas alcançou maior notoriedade por exigir a extinção do castigo corporal e ameaçar a capital federal da República de bombardeio caso suas reclamações não fossem atendidas. Longe, porém, de entendê-la como uma reação às punições praticadas a bordo, decidimos vasculhar o passado das relações entre marinheiros e oficiais e resgatar os significados que o próprio castigo fisico assumia para esses homens. Enfim, queríamos saber a razão de o castigo permanecer na Marinha de Guerra até o ano de 1910. Processos-crime, oficios de autoridades militares e policiais, relatórios ministeriais, imprensa, memórias e romances foram as fontes mais utilizadas. Em nossas pesquisas encontramos conflitos que revelavam o choque de valores e costumes entre marinheiros e oficiais nas diversas atividades diárias das embarcações assim como nos momentos em que pisavam em terra firme. Desta forma, também encontramos os primeiros sinais de racismo e homossexualismo nas guarnições, e de como estes fatores poderiam torná-los diferente aos olhos dos demais, gerando violências, desigualdadese prejuízos na carreira. Estas diferenças e conflitos faziam parte da realidade dos vasos de guerra durante boa parte do século XIX. O castigo se somava àquele cotidiano e não havia sido contestado até então. Tanto oficiais comandantes quanto marinheiros viam nele um recurso que impunha respeito e limites a todos os sentimentos. A partir da segunda metade do século XIX, no entanto, a situação começou a se modificar. A chegada das novas ideologias européias e os movimentos abolicionista e republicano trouxeram discursos que criticavam o castigo fisico, levando o primeiro ministro do novo regime a extingui-lo dos manuais de punição. Porém, ele retomou e se manteve até 1910, quando finalmente algo de concreto sacudiu as bases do poder (AU)

Processo FAPESP: 97/03779-4 - Do conves ao porto: a experiencia dos marinheiros e a revolta de 1910.
Beneficiário:Alvaro Pereira Do Nascimento
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado