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Das igrejas ao cemiterio: politicas publicas sobre a morte no Recife do Seculo XIX

Texto completo
Autor(es):
Vanessa Viviane de Castro Sial
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Sidney Chalhoub; Silvia Hunold Lara; Sheila Siqueira de Castro Faria.; Maria Clementina Pereira Cunha
Orientador: Sidney Chalhoub
Resumo

Esta dissertação analisa, a partir do projeto de construção do Cemitério Público Bom Jesus da Redenção no Recife do século XIX, como se deram as transformações dos costumes fúnebres, mediante a imposição de normas sanitárias relacionadas às práticas funerárias tradicionais, que eram entendidas pelos médicos higienistas como um dos fatores de propagação das epidemias. Neste sentido, os cemitérios extramuros desencadearam novas práticas culturais e adaptações nas atitudes diante da morte. Os médicos higienistas, que influenciaram decisivamente na elaboração e aprovação destas normas sanitárias pelo poder público, acreditavam que os corpos cadavéricos eram possíveis focos de emanações miasmáticas, sendo agentes de grande poder de infecção do ar, causadores de toda sorte de epidemias na cidade. A proibição dos sepultamentos nas igrejas gerou múltiplos pontos de discussão e conflitos na sociedade recifense do século XIX, assim como ocorreu em várias outras cidades brasileiras: dentro do poder público, na elaboração de leis e regulamentos para as novas práticas fúnebres, como também na população, que viu suas crenças mais íntimas ameaçadas, sobretudo entre membros de irmandades religiosas e os emergentes comerciantes dos novos serviços mortuários. Ademais, o estudo das transformações dos costumes fúnebres foi fundamental para a compreensão do conflito entre a Igreja e o Estado na segunda metade do século XIX, sobretudo pela negação da Igreja em conceber o direito dos não-católicos a serem sepultados nos cemitérios públicos, interpretados como elementos decisivos no processo de secularização da morte no Brasil oitocentista (AU)

Processo FAPESP: 02/04633-3 - Das igrejas ao cemiterio: uma nova morada para os mortos. transformacoes dos costumes funebres no recife do seculo xix (1840-1870).
Beneficiário:Vanessa Viviane de Castro Sial
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado