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Para um estudo da estruturação ritmica na fala disartrica

Texto completo
Autor(es):
Jussara Melo Vieira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Plinio Almeida Barbosa; Maria Irma Hadler Coudry; Mair Ines Pegoraro Krook; Sandra Madureira; Zuleica Antonia de Camargo
Orientador: Plinio Almeida Barbosa
Resumo

A disartria é uma desordem da fala decorrente de comprometimentos neuromusculares. Tais comprometimentos podem causar alterações na respiração, na fonação, na ressonância e na articulação da fala. Estes comprometimentos podem ser decorrentes de traumatismo craniano (TC). O TC é uma agressão cerebral resultante de uma pancada na cabeça e/ou uma queda com fratura craniana. Na fala disártrica pode haver, também, falha no mecanismo velofaríngeo devido à paralisia/paresia do palato mole. Neste caso, o resultado acústico para a fala é a hipernasalidade e a emissão de ar nasal, que podem ser tratadas através do uso de uma prótese de palato elevadora (PPE). Na disartria, o ritmo da fala também pode estar alterado, implicando alterações nos locais de acento frasal (AF), na inserção e na duração das pausas silenciosas (PS). Sendo assim, interessou-nos investigar a estruturação rítmica da fala disártrica decorrente de TC. Para tanto, obtivemos a colaboração de uma falante disártrica, usuária de PPE, falante nativa do português brasileiro (PB) acometida por TC. O estudo desta fala isártrica teve como objetivos: comparar as condições de uso e não uso da PPE; comparar a estruturação rítmica da fala disártrica brasileira (FDB) com uma fala sem comprometimentos (FSC); comparar a estruturação rítmica da FDB com uma fala isártrica francesa (FDF); estudar a relação sintaxeprosódia na estruturação rítmica da fala tanto na comparação com a FSC quanto na comparação com a FDF; adquirir melhor entendimento da fala disártrica pós TC, considerando o modelo de ritmo da fala para o PB de Barbosa (2006). Para cumprir estes objetivos, acompanhamos o tratamento com PPE da falante disártrica de 1995 a 2005. Neste período coletamos e analisamos oito leituras de um mesmo texto realizadas por ela usando a PPE e duas leituras sem esta prótese: uma em 1995 e outra em 2005. A FSC correspondeu à leitura do mesmo texto da FDB. A FDF correspondeu à leitura de outro texto francês. Nestas leituras realizamos análises acústicas e de sua organização rítmica em unidades vogal-vogal (VV), grupos acentuais (GA), AF e PS. Nas análises das oito leituras da FDB houve redução no número de PS, redução da participação das PS na duração do texto lido e aumento da taxa de elocução (TE). A estruturação rítmica da FDB com e sem a prótese foi a mesma. Houve diferença significante entre a FDB e a FSC para a TE e para a duração das PS, mas não para a duração dos GA nem para o número de unidades VV. Na comparação entre a FDB e a FDF não houve diferenças significativas quanto à TE, taxa de articulação e número de unidades VV por GA. Na relação sintaxe-prosódia, as marcas sintáticas IDF (independência forte) e COORD (independência de uma conjunção coordenada) foram significativas tanto para a FDB quanto para a FSC. Mas não para a FDF. Nosso trabalho contribuiu para destacar a pertinência de estudos que considerem a relação dinâmica entre fatores biomecânicos e lingüísticos da fala, notadamente para a fala comprometida e, em especial, para a fala disártrica pós TC (AU)

Processo FAPESP: 03/05821-0 - Para um estudo da estruturacao ritmica da fala com comprometimento neurologico.
Beneficiário:Jussara Melo Vieira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado