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Epilepsia : prevalencia, caracteristicas epidemiologicas e lacuna de tratamento farmacologico

Texto completo
Autor(es):
Ana Lucia Andrade Noronha Kanashiro
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Ronaldo Guimarães Fonseca; João Pereira Leite; Gastão Wagner de Sousa Campos; Tânia Aparecida Marchiori de Oliveira Cardoso
Orientador: Li Li Min
Resumo

A prevalência de epilepsia ao redor do mundo é estimada em 10/1.000 pessoas; no entanto, o acesso ao tratamento é muito variável. Muitas pessoas não são tratadas, principalmente nos países com desenvolvimento não equilibrado entre as diversas áreas. No Brasil, os estudos epidemiológicos realizados até o momento não haviam abordado o assunto da lacuna de tratamento farmacológico, sendo que este nunca houvera sido medido e suas causas não haviam ainda sido estudadas. Este trabalho teve como objetivo: 1) definir a prevalência da epilepsia em duas áreas urbanas do sudeste do Brasil; 2) definir a lacuna de tratamento farmacológico em pessoas com epilepsia ativa identificadas nessas regiões e 3) extrapolar os dados epidemiológicos encontrados para o Brasil. Foi realizada uma estimativa da lacuna de tratamento da epilepsia, de forma indireta, que nos motivou a investigar melhor a epidemiologia da condição. Posteriormente, nós realizamos um levantamento epidemiológico, utilizando um questionário de rastreamento (sensibilidade 95,8%, especificidade 97,8%) e um questionário validado para classificação sócio-econômica, para determinar a prevalência e a lacuna de tratamento da epilepsia e a influência do fator sócio-econômico sobre elas, em duas áreas urbanas do sudeste do Brasil. De acordo com as estimativas da primeira fase do estudo, a lacuna de tratamento farmacológico da epilepsia em Campinas foi de 56% e em São José do Rio Preto, 59%. Na segunda fase do estudo, em uma população de 96.300 pessoas, encontramos a prevalência acumulada da epilepsia de 9,2/1.000 pessoas [CI 95% 8,4-10,0] e a prevalência de epilepsia ativa, de 5,4/1.000 pessoas [CI 95% 4,8-6,0]. A lacuna de tratamento farmacológico encontrada foi 37,6%. Pudemos identificar influência das diferenças entre os extratos sociais na prevalência da epilepsia, pois nos extratos mais privilegiados (A e B) houve menor prevalência do que nos menos favorecidos (C e D+E): 1,6 e 3,1/1.000 pessoas e 6,3 e 7,5/1.000 pessoas, respectivamente, como prevalência da epilepsia ativa. Não houve interferência dos extratos sociais sobre a lacuna de tratamento. A prevalência de epilepsia em nossa área de estudo é semelhante à de outros países e a lacuna de tratamento farmacológico é alta. A epilepsia é mais prevalente entre os menos ricos. O compromisso do sistema de saúde brasileiro com a melhora da qualidade de manejo de saúde das pessoas com epilepsia e a educação continuada sobre a condição são urgentemente necessários (AU)

Processo FAPESP: 04/09345-1 - Epilepsia: prevalência, características epidemiológicas e lacuna de tratamento
Beneficiário:Ana Lucia Andrade Noronha Kanashiro
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto