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A estrutura argumental dos verbos na língua Juruna (Yudjá): da formação dos verbos para a análise das estruturas sintáticas

Texto completo
Autor(es):
Suzi Oliveira de Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Luciana Raccanello Storto; Bruna Franchetto; Esmeralda Vailati Negrao
Orientador: Luciana Raccanello Storto
Resumo

Esta dissertação descreve e analisa os verbos da língua Juruna (Yudja) a partir de suas estruturas argumentais e conseqüências sintáticas. O objetivo é contribuir com um material para a escola indígena Juruna assim como contribuir com os estudos teóricos da perspectiva gerativista de estudos sobre a linguagem. O texto é dividido em duas grandes partes (descrição e análise) sendo a primeira delas uma descrição de 302 verbos da língua. Nesta parte dividimos estes verbos em dezoito classes verbais a partir de critérios morfológicos, sintáticos e semânticos. Estes critérios foram estabelecidos a partir de características da língua, quais sejam estas: duplicação verbal, propriedades semânticas, afixos, causativização e propriedades das raízes - as quais associadas a verbalizadores formam os verbos. Nesta seção apresentamos quais são as construções e operações morfológicas que cada verbo descrito realiza (tais como: alternâncias de valência (por afixação e via alternância labile), duplicação e supleção verbal) e suas funções na língua. A segunda parte do texto denominada \"análises\" apresenta uma análise gerativa para os fatos da língua Juruna. Para a questão da formação dos verbos, partimos da proposta de Hale & Keyser (1993; 2001) segundo a qual os verbos são formados de forma estrutural e hierárquica a partir de duas estruturas básicas (monádica e diádica) nucleadas por núcleos verbais (V1 e V2). Estas estruturas são utilizadas de forma paramétrica a partir de restrições das raízes verbais e seus traços sintáticos e semânticos. Considerando esta proposta teórica, argumentamos que os verbos da língua Juruna são formados estruturalmente a partir de restrições dos traços que formam as raízes verbais, os quais também serão determinantes nos processos de atribuição e mudança de valência e voz assim como no processo de duplicação e supleção verbal. Após a análise referente à formação dos verbos apresentamos a formação de sentenças na língua Juruna partindo do Programa Minimalista (Chomsky 1995; 1998; 1999). Nesta seção apresentamos o processo de inserção de sujeitos (a partir de formas pronominais, demonstrativos e sintagmas nominais) em vP, discutimos os processos de concordância, analisamos a inserção de modo realis/ irrealis, bem como questões relacionadas a ordem sentencial, adjunção de advérbios e o paralelismo entre os planos nominal e verbal, a partir das questões associadas à cumulatividade e quantificação. O ponto central desta dissertação é, portanto, argumentar que todas as propriedades sintáticas da língua Juruna decorrem essencialmente dos traços formadores de seus verbos. Desta forma, para a compreensão da sintaxe de uma língua é necessário compreender a estrutura argumental de seus verbos. (AU)

Processo FAPESP: 05/57530-5 - A estrutura argumental dos verbos da lingua juruna (yudja): da formacao dos verbos para a analise das estruturas sintaticas
Beneficiário:Suzi Oliveira de Lima
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado