O clamor da letra: ontologia, misticismo e alteridade em Cruz e Sousa
A pedra da serpente: saber e classificacao na etnozoologia katukina.
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Autor(es): |
Anelito Pereira de Oliveira
Número total de Autores: 1
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Tipo de documento: | Tese de Doutorado |
Imprenta: | São Paulo. |
Instituição: | Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) |
Data de defesa: | 2006-04-07 |
Membros da banca: |
Valentim Aparecido Facioli;
Renato Bueno Franco;
Aguinaldo José Gonçalves;
Murilo Marcondes de Moura;
Ivone Dare Rabello
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Orientador: | Valentim Aparecido Facioli |
Resumo | |
Esta tese investiga a origem e a configuração do clamor na obra em prosa e verso de Cruz e Sousa, a partir do pressuposto de que nesse aspecto se revelam questões que dizem respeito à constituição do ser, à experiência mística e à representação de outrem. Apresentando-se claramente apenas na fase final da obra sousiana, em livros como Evocações e Últimos sonetos, o clamor pode ser entendido, à maneira heideggeriana, como um \"modo de discurso\" da consciência autoral resultante de um intenso processo criativo, espécie de situação terminal desse processo. Considera-se aqui que esse processo se desenvolve ao longo de cinco fases, compreendidas como estágios de uma mesma experiência de expressão artística: no primeiro estágio, observa-se a complicação da legibilidade da escrita; no segundo, observa-se que essa complicação deriva de uma problemática de percepção, uma dificuldade de dar visibilidade ao que supostamente se vê; no terceiro, observa-se que essa dificuldade é efeito de uma outra, qual seja, a de distinguir sujeito e objeto; no quarto estágio, observa-se que, em função mesmo dessa dificuldade de distinção, a obra se caracteriza, a partir de Missal, como movimento de figuração do íntimo, no sentido de uma natureza estética que não se coloca em situação dialética com aquilo que constitui sua exterioridade; no quinto estágio, observa-se, a partir de Broquéis, um gradativo esforço de dizer o indizível, de apresentar o que não se pode representar verbalmente. Tais aspectos, visados a partir do conceito lacaniano de \"letra\", permitem a compreensão do clamor como traço identitário da forma sousiana, através do qual se afirma a singularidade de um autor e sua obra na cultura brasileira. (AU) | |
Processo FAPESP: | 02/06005-0 - O clamor da letra: ontologia, misticismo e alteridade em Cruz e Sousa |
Beneficiário: | Anelito Pereira de Oliveira |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Doutorado |