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A ilusão dramática em Acarnenses, de Aristófanes

Texto completo
Autor(es):
Jane Kelly de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Araraquara. 2014-06-11.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Faculdade de Ciências e Letras. Araraquara
Data de defesa:
Orientador: Maria Celeste Consolin Dezotti
Resumo

A ilusão dramática na comédia grega antiga possui interessantes peculiaridades quanto a seus mecanismos de construção da ficção teatral. Por vezes, o pacto que valida as convenções entre palco e platéia é evidenciado. Sabendo dessa característica, analisaremos a comédia grega antiga Acarnenses, de Aristófanes, levada à cena em 425 a. C., partindo da investigação das marcas lingüísticas que podem denotar a ruptura da ilusão. Para tal, faz-se necessário avaliar a estrutura enunciativa e definir quais são os enunciadores e os enunciatários do discurso: é necessário avaliar se o enunciado é proferido pela personagem ou pelo ator e qual é o destinatário da enunciação e, desta forma, notar se essa fala compõe-se dentro da ilusão, se for proferida pela personagem, ou se rompe a ilusão ao evidenciar a presença de um ator ou dos mecanismos teatrais. Acontece que em princípio essas falas se integram à estrutura narrativa do texto, considerando-se que se trata de falas proferidas por personagens. Mas, quando se dá a ruptura da ilusão dramática, a fala que registra essa ruptura promove, ao mesmo tempo, uma suspensão momentânea na seqüência narrativa. A confusão de identidade entre os enunciadores causa o embaralhamento entre efeito de real e efeito teatral, evidenciando a existência da dupla enunciação teatral. Avaliaremos a estrutura enunciativa da peça sem perder de vista que se trata de uma obra de ficção e, portanto, Aristófanes, ao evidenciar a presença dos mecanismos cênicos, na obra verdade, os inclui no corpo ficcional da comédia. Assim, as rupturas de ilusão, previstas pelo comediógrafo na composição da peça e esperadas pelo público das comédias do quinto século antes de Cristo, tornam-se parte integrante do gênero e, por isso, também são signos de teatro e em nenhum momento o processo semântico é suspenso. (AU)

Processo FAPESP: 02/12241-8 - A ilusão dramática na comédia grega antiga: Acarnenses, de Aristófanes
Beneficiário:Jane Kelly de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado