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Redes tróficas do Pleistoceno: estrutura e fragilidade

Texto completo
Autor(es):
Mathias Mistretta Pires
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Roberto Guimaraes Junior; Marcos Amaku; Roberto Andre Kraenkel; Sergio Ivan Perez; Mauro Galetti Rodrigues
Orientador: Paulo Roberto Guimaraes Junior
Resumo

A extinção de grandes mamíferos terrestres no final do Pleistoceno (entre 50 e 11 mil anos atrás) é um dos temas mais debatidos em ecologia. A maioria dos estudos sobre as causas das extinções do Pleistoceno tem como foco o papel de fatores externos como mudanças climáticas e a chegada do homem. Entretanto, a forma como uma comunidade ecológica responde a perturbações depende de suas propriedades, como o número e composição de espécies e a forma como essas espécies interagem. O objetivo final dos estudos reunidos nessa tese foi entender como estavam organizadas as interações ecológicas entre os mamíferos do Pleistoceno e o possível papel dessas interações no episódio de extinção da megafauna. Em primeiro lugar adaptei modelos de teias tróficas para reproduzir redes formadas por diferentes tipos de interações entre consumidores e recursos. Em seguida, utilizei esses modelos para reconstruir redes de interação entre predadores e presas da megafauna do Pleistoceno e examinei as propriedades estruturais e dinâmicas dessas redes. Por fim, investiguei uma das possíveis consequências da extinção da megafauna: a perda de serviços de dispersão de sementes. Os resultados aqui apresentados mostram que (i) diferentes tipos de redes de interação entre consumidores e recursos compartilham características estruturais e podem ser reproduzidas por modelos de teias tróficas; (ii) redes de interação entre grandes mamíferos do Pleistoceno estavam, provavelmente, estruturadas de forma similar aos sistemas atuais na África. Entretanto, as comunidades do Pleistoceno seriam especialmente vulneráveis às mudanças estruturais e na dinâmica causadas pela chegada de um predador como o homem; (iii) entre as consequências da extinção do Pleistoceno está a reorganização de outros tipos de rede de interação como as redes de dispersão de sementes. Em conjunto os resultados apresentados aqui enfatizam a importância de considerarmos o possível papel das interações ecológicas em modular os efeitos de perturbações ao estudarmos eventos de extinção (AU)

Processo FAPESP: 09/54567-6 - Redes troficas do pleistoceno: estrutura e fragilidade
Beneficiário:Mathias Mistretta Pires
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado