Modelo de saúde auditiva no recém-nascido

Resumo

Com o avanço da ciência e da tecnologia é indiscutível o impacto devastador da privação sensorial auditiva no desenvolvimento de uma criança. A triagem auditiva neonatal universal (TANU) é o principal meio para garantir a intervenção precoce, permitindo o desenvolvimento global da criança e sua interação com a sociedade. Nos países desenvolvidos a TANU é assegurada pela legislação. Estima-se que 1-3 em cada 1000 neonatos a termo, e 2-4 em cada 100 com indicadores de risco apresentam perda auditiva neurossensorial. O Comitê Brasileiro sobre Perdas Auditivas na Infância (1999) lançou a 1ª recomendação brasileira sobre TANU (11/1999), acompanhado do parecer da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia (2000). No entanto, existem muitas dificuldades envolvendo sua implantação, desde a análise do custo-benefício a necessidade da TANU estar inserida dentro de um programa amplo de saúde auditiva do recém-nascido, possibilitando o diagnóstico e a intervenção. Assim, torna-se imprescindível o estudo de um modelo de saúde auditiva do recém-nascido, a fim de oferecer subsídios para a implantação de novas políticas públicas voltadas para o deficiente auditivo e de serviços na rede pública de saúde. A proposta desse trabalho é a implantação de um programa de saúde auditiva, com triagem auditiva de todos os recém-nascidos no período de desenvolvimento da pesquisa, em três hospitais públicos nas cidades de Bauru e Sorocaba, ambas no estado de São Paulo. A triagem será realizada por métodos eletrofisiológicos, com acompanhamento nos centros de referência: curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru/Universidade de São Paulo e APADAS na cidade de Sorocaba, dois centros com vasta experiência na área da saúde pública auditiva infantil assim como, na capacitação de profissionais para atuar nos diversos níveis de complexidade. A realização deste estudo em duas cidades de médio porte permitirá o controle de variáveis intervenientes comuns a este. (AU)