Miocardite em cães com hemoparasitoses: avaliação cardiovascular, molecular, anátomo-patológica e epidemiológica

Resumo

A erliquiose e a babesiose caninas são enfermidades de incidência crescente no Brasil. Caracterizam-se pelo envolvimento multissistêmico, podendo provocar o óbito. Apesar de indicadas como potenciais causadoras de envolvimento miocárdico, as limitações técnicas dos exames subsidiários para a confirmação da presença do agente e de lesões aos miócitos têm limitado as pesquisas nesta área. Com o advento de técnicas moleculares de diagnóstico, como a PCR (Polimerase Chain Reaction - reação em cadeia da polimerase) e a determinação de marcadores cardíacos, novos métodos de investigação científica de maior precisão têm sido propostos. Este estudo objetiva caracterizar e quantificar a ocorrência de alterações miocárdicas por meio da avaliação da eletrocardiografia computadorizada, da ecocardiografia, da pressão arterial não-invasiva e da troponina I (um marcador molecular cardíaco), em cães naturalmente infectados pela Ehrlichia canis e pela Babesia canis (tanto em infecções isoladas quando na co-infecção) diagnosticadas pela técnica de PCR, estabelecendo os fatores de risco para lesões cardíacas na população em estudo. Secundariamente, objetiva-se determinar os níveis do fator de necrose tumoral-α, correlacionando-o com as lesões miocárdicas detectadas pela dosagem da troponina I cardíaca e também com as alterações histopatógicas e o índice apoptótico dos pacientes que vierem a óbito, propondo um mecanismo fisiopatogênico para essas alterações cardíacas. (AU)