Solos sob vegetacao de restinga no estado de sao paulo: relacoes solo-paisagem, pedogenese e alteracoes com o uso agricola.

Resumo

Grande parte dos ambientes de restinga na planície litorânea do Estado de São Paulo encontra-se devastado pela intensa ocupação humana. Essa pressão antrópica, iniciada nos tempos do descobrimento, foi acelerada com o crescimento urbano, industrial e turístico no litoral paulista. Nesses ambientes predominam solos da classe Espodossolos, cujas características, taxonomia, evolução das paisagens onde ocorrem, processos de formação e alterações com o uso agrícola têm sido pouco estudados nas regiões tropicais. O entendimento das alterações na dinâmica desses solos sob uso agrícola, comparadas aqueles sob vegetação original, bem como dos processos envolvidos na formação e evolução dos solos e paisagens locais, é fundamental para a avaliação de práticas agrícolas adequadas e de sustentabilidade ambiental. Além disso, podem auxiliar no manejo adequado e recuperação dessas áreas arenosas e frágeis de restinga, intensamente alteradas não só com o uso agrícola, mas e principalmente, com o uso urbano, industrial e comercial (áreas de empréstimo de areia para a construção civil). O objetivo deste projeto é integrar estudos em diferentes escalas de observação, desde aqueles relativos à paisagem, utilizando-se de imagens de satélite, fotografias aéreas e técnicas de geoprocessamento para a macro-compartimentação morfopedológica das unidades da planície litorânea paulista, até estudos físicos, químicos, morfológicos e mineralógicos realizados em amostras de perfis e horizontes de solos, alguns deles em nível microscópico (micromorfologia), ou mesmo, molecular (espectroscopia e pirólise), a fim de elucidar a evolução e idade dos solos e sedimentos costeiros, as alterações com o uso agrícola e os processos gerais de podzolização, ainda poucos estudados e conhecidos para as condições tropicais. (AU)