Estudo dos mecanismos de ação da proteína anexina 1 e dos receptores para peptídeos formilados (fpr) no carcinoma epidermóide de laringe humano

Resumo

Várias evidências demonstram que o desenvolvimento e a progressão do câncer dependem não somente de suas características genéticas, mas também de interações das células tumorais, epiteliais e inflamatórias. No desenvolvimento tumoral, a habilidade das células epiteliais migrarem é um evento patofisiológico no desenvolvimento da metástase e da reparação tecidual. As investigações que relacionam a ANXA1 à regulação do crescimento celular, têm demonstrado um alvo importante para as pesquisas relacionadas com a biologia tumoral. Recentemente, foi sugerido que a ação regulatória da ANXA1 sobre a migração leucocitária pode ser mediada por meio dos receptores nFPRs. Em função desses dados, será relevante pesquisar o papel da ANXA1, in vivo, nas células epiteliais e inflamatórias no carcinoma epidermóide de laringe humano, e in vitro, na proliferação das células epiteliais usando uma linhagem celular Hep-2, derivada do mesmo tipo de carcinoma. Além disso, investigaremos, in vivo e in vitro, se as ações antiinflamatórias/antiproliferativas da ANXA1 são mediadas por receptores nFPRs. Os nossos objetivos in vivo serão analisar quantitativamente os leucócitos e a co-localização ultra-estrutural da ANXA1 com os receptores nFPRs nas células inflamatórias e epiteliais, nas amostras teciduais de laringe controle, tumoral e região adjacente ao tumor do mesmo paciente. No estudo in vitro investigaremos a ação do peptídeo Ac2-26 (segmento N-terminal da ANXA1), do glicocorticóide dexametasona e do Boc2 (antagonista dos receptores nFPRs) na proliferação das células Hep-2, nos tempos de 6, 24, 48, 96 e 144 horas, e a co-localização e a expressão da ANXA1 com os receptores nFPRs por meio da reação imunocitoquímica ultra-estrutural e de Western blotting, respectivamente. Considerando o papel da proteína ANXA1 nos processos antiinflamatórios/antiproliferativos, o estudo desta proteína e de sua interação com receptores nFPRs nas células tumorais, epiteliais e inflamatórias, será importante porque os mecanismos de ação pelos quais a proteína atua na biologia tumoral não são totalmente conhecidos, podendo ocasionar novas descobertas terapêuticas no tratamento do câncer.