Cultura de anteras e partenogênese in situ de cultivares de laranja doce (Citrus sinensis Osbeck.)

Resumo

A produção de linhagens completamente homozigóticas em programas de melhoramento genético de citros é difícil e demorada, devido principalmente aos problemas de poliembrionia, ciclo juvenil longo, alto nível de heterozigosidade e auto-incompatibilidade de muitas espécies. Uma possibilidade mais rápida poderia ser pela obtenção de plantas haplóides seguido de diploidização natural ou induzida, resultando na produção de plantas duplo-haplóides completamente homozigóticas (linhagens), em apenas um ciclo de cultivo. As plantas duplo-haplóides podem ser utilizadas para aumentar a eficiência de programas de melhoramento, particularmente nos trabalhos de genética envolvendo o mapeamento. Na literatura, as principais técnicas descritas utilizadas para a obtenção de plantas haplóides ou duplo-haplóides foram a cultura de anteras e a partenogênese in situ, mas com bons resultados somente para tangerinas clementinas. Nestes relatos, os fatores que mais afetaram a cultura de anteras foram o genótipo, época de coleta e os pré-tratamentos dos botões florais, meios de cultura e as condições de cultivo empregadas. Para os trabalhos de partenogênese in situ já foram identificados os efeitos de genótipo, doses de radiação utilizadas para inativação dos grãos de pólen, estádio de desenvolvimento dos embriões no momento do resgate (maduros ou imaturos), meios de cultivo e às condições de cultivo in vitro. Os objetivos deste projeto são o desenvolvimento de protocolos de cultura de anteras e partenogênese in situ de variedades de laranjeiras doces, resultando na produção de plantas haplóides e duplo-haplóides. Para tal, serão instalados experimentos de cultura de anteras e de partenogênese in situ, verificando-se os efeitos de diversos fatores na formação de calos, embrióides, plântulas haplóides e duplo-haplóides. Todas as plantas obtidas terão a sua ploidia determinada por citometria de fluxo. As plantas haplóides deverão ter o seu número cromossômico duplicado com uso de colchicina, resultando em plantas duplo-haplóides. Todas as plantas obtidas nos experimentos de cultura de anteras e/ou partenogênese in situ serão avaliadas com uso de marcadores moleculares, para se determinar a sua natureza partenogênica. (AU)