Determinação experimental e modelagem mecanística da redução da transpiração vegetal por condições atmosféricas e do solo

Resumo

A quantificação da redução de transpiração devido ao estresse hídrico, necessária em modelos hidrológicos e de crescimento vegetal e essencial ao manejo da irrigação, depende do entendimento dos mecanismos que causam o estresse. Estresse hídrico, aqui definido como a condição em que uma planta fecha parcialmente seus estômatos aumentando a resistência foliar, ocorre em função das condições físicas e fisiológicas. Modelos de transferência solo-planta-atmosfera tratam o estresse hídrico de forma semi-empírica em função de diversos fatores ambientais, sendo os mais importantes o teor de água no solo e o déficit de vapor na atmosfera. Pretendem-se estudar os mecanismos de ação e a interação entre esses dois fatores físicos causadores de estresse hídrico. Do ponto de vista da planta, ela reage a potenciais na raiz e na folha ou estômato. O potencial na raiz é de difícil medição, mas pode ser estimado conhecendo-se o potencial da água no solo, taxa de transpiração, densidade radicular e funções hidráulicas do solo; o potencial no estômato é função das condições atmosféricas e das do solo. Um modelo de transferência solo-vegetação-atmosfera será acrescido de um modelo de estimativa de potencial na raiz. Para testar e calibrar o modelo, um experimento de campo será conduzido em duas etapas, uma com arroz e a outra com feijão, tratamentos com e sem deficiência hídrica. O potencial da água no solo e o déficit de vapor na atmosfera serão monitorados, enquanto a ocorrência de estresse hídrico será identificada por termometria de infravermelho. Demais fatores ambientais e fitotécnicos serão observados. Espera-se poder predizer a ocorrência de estresse hídrico em função de variáveis hidráulicas do solo, condições atmosféricas, densidade radicular e área foliar. (AU)