Expressão proteica diferencial em linhagens de Escherichia coli septicêmicas para aves (APEC): da proteômica, à genômica, à função

Resumo

A indústria aviária no Brasil é um dos segmentos da economia que traz grandes benefícios ao país, gerando grande número de empregos, produzindo alimentos de excelente valor nutritivo a preço accessível à maioria da população e trazendo divisas oriundas da exportação de seus produtos, sendo o terceiro elemento básico na pauta de exportações brasileiras. Embora a importância desta indústria seja inquestionável, a mesma pode sofrer prejuízos econômicos devido à presença de agentes infecciosos. Entre estes agentes infecciosos destacam-se linhagens patogênicas de Escherichia coli (APEC) as quais podem causar diferentes doenças (septicemia, onfalite, síndrome da cabeça inchada, celulite, peritonite, etc.) no plantel aviário. Apesar do grande número de trabalhos publicados com linhagens APEC, ainda não existe um modelo teórico/experimental que demonstre o(s) mecanismo(s) de patogenicidade existentes nas mesmas. Nosso grupo tem, ao longo dos anos, desenvolvido trabalhos caracterizando linhagens APEC e demonstrando a presença de genes possivelmente relacionados ao processo de patogênese das mesmas. Recentemente, submetemos um trabalho demonstrando que linhagens mutantes em genes do sistema de secreção tipo 6 (T6SS) apresentam patogenicidade diminuída quando comparadas com a linhagem selvagem original, indicando um possível papel deste sistema na patogenicidade. Neste projeto, pretendemos avaliar a expressão proteica diferencial, através de eletroforese bidimensional, em duas linhagens APEC causadoras de septicemia em aves de corte. Proteínas que se expressem diferencialmente, em diferentes meios de cultura e condições de cultivo, deverão ser caracterizadas por espectrometria de massa e seu papel na patogenicidade, em condições in vitro e in vivo, avaliado através da construção de mutantes para a expressão das mesmas e comparação com a linhagem selvagem e linhagens complementadas. Proteínas que forem significativas para o processo de patogênese deverão ser utilizadas na metodologia de Tap-Tag para avaliação de proteínas associadas. Esperamos, com este enfoque, descobrir novos mecanismos de patogenicidade e desenvolver produtos que possam ser utilizados no combate às infecções causadas por APEC. (AU)