Relacao entre intensidade da miocardite,persistencia e carga parasitaria do coracao nativo com a reativacao da doenca de chagas apos o transplante cardiaco.

Resumo

A reativação da doença de Chagas (RDC) após o transplante cardíaco (TC) é complicação freqüente, e seu diagnóstico baseia-se na detecção direta do Trypanosoma cruzi no sangue ou em material de biópsias. Apesar da RDC estar relacionada à excessiva imunosupressão do paciente chagásico, é possível que também esteja associada à persistência ou carga parasitária do mesmo, o que não foi explorado até o momento. Propomos fazer um trabalho retrospectivo que avalie a eventual relação entre a persistência e carga parasitária do coração nativo do paciente, retirado por ocasião do TC, com a ocorrência de RDC no seguimento pós-operatório. Constituímos um grupo de estudo, composto por 18 pacientes que apresentaram RDC até 18 meses após o TC e um grupo controle, composto por 17 pacientes que não apresentaram RDC em seguimento mínimo de 18 meses após o TC. De blocos de parafina contendo miocárdio retirado por ocasião do exame anatomopatológico do coração nativo, previamente estocados em nosso laboratório, serão realizados cortes seqüenciais. Avaliaremos a intensidade de miocardite e a persistência parasitária, essa última pela pesquisa direta de formas amastigotas, pela reação imunohistoquímica para antígenos do T. cruzi e pela reação em cadeia da polimerase (PCR) qualitativa para o DNA do T. cruzi. A carga parasitária será avaliada pelo PCR em tempo real para o DNA do T. cruzi. Dados obtidos do grupo de estudo serão comparados estatisticamente a dados obtidos do grupo controle, particularmente no que tange à intensidade da miocardite, à presença de formas amastigotas e antígenos do T. cruzi, à presença (PCR qualitativo) e quantidade (PCR em tempo real) do DNA do T. cruzi. Será pesquisada eventual associação estatística entre essas diversas variáveis. (AU)