Famílias em ruínas: Um Estudo Sobre a Peça "A Lie of the Mind", de Sam Shepard

Resumo

Este projeto se dispõe a estudar a peça A Lie of the Mind do ponto de vista da representação dramatúrgica da família. Seu autor, Sam Shepard, nascido em 1943, tem sido um dramaturgo bastante prolífico. Atuando no contexto da Off- (e Off-Off-) Broadway, manteve-se fora do circuito comercial e seu teatro lida com temas como a mitologia do Oeste norte-americano, o American Dream e a família norte-americana. A dramaturgia de Shepard é geralmente dividida em duas fases: uma inicial mais experimental e a mais madura, geralmente definida como "realista", à qual pertenceriam as peças que, como A Lie of the Mind, são tidas como mais convencionais do que as anteriores. Os adjetivos "convencional" e "realista" são problemáticos para definir a obra de Shepard, e este é um dos assuntos que será tratado neste projeto, principalmente em relação às características expressionistas de A Lie e outros elementos formais que a distanciam do drama. Mais particularmente, A Lie, é inserida na categoria de peça familiar ("Family Play"), em que compartilha com outras peças não só o tema, mas também outras questões, inclusive formais, que serão neste estudo discutidas a respeito da peça.Após o reconhecimento de elementos expressionistas e/ ou relacionados à representação da família e relativos à figuração do Oeste, o próximo passo será procurar mapear de que forma estes elementos conversam com o contexto histórico-político-social da peça, o que provavelmente nos levará a discussões a respeito da modernidade (ou pós-modernidade) e a questão de como se apresenta o sujeito contemporâneo e suas consequências.