Resiliência da paisagem urbana: integração de áreas naturais com o planejamento urbano

Resumo

O aumento da população e as alterações climáticas tornam os centros urbanos uma das áreas mais vulneráveis ambientalmente e socialmente. Isso exige medidas de planejamento para as cidades, de forma a torná-las mais resilientes aos problemas socioambientais como enchentes, desabamentos, poluição da água superficial e aumento da temperatura, dentre outros. A infraestrutura verde urbana é uma das estratégias eficientes para prover múltiplos benefícios ambientais e sociais nas cidades. Porém, sua localização deve ser planejada de forma a maximizar esses benefícios com uma abordagem holística, frente a recursos limitados e às mudanças climáticas, que garanta a melhoria da qualidade de vida urbana para toda a população. Nesse contexto, esse projeto tem como objetivo desenvolver um modelo espacial de apoio à tomada de decisão para identificar áreas prioritárias para o incremento de infraestrutura verde em centros urbanos. Para tanto, será utilizada avaliação multicriterial (MCE), sendo que os critérios e respectivos pesos serão definidos por meio de técnica participatória com consulta a especialistas das diversas áreas relacionadas ao objetivo do estudo. Os planos de informação necessários para gerar os mapas dos critérios serão extraídos dos mapas de uso e cobertura do solo, rede hidrográfica, modelo digital de elevação, malha viária, dados socioeconômicos, dentre outros. Os critérios serão identificados por quatro temas prioritários, sendo que cada um deles será representado por um mapa de áreas prioritárias: biodiversidade, recursos hídricos, mudanças climáticas e bem-estar social. Ao final, os quatro mapas serão agregados para formar um único de áreas prioritárias para incremento da infraestrutura verde, o qual será sobreposto os mapas de planejamento territorial oficiais a nível municipal. O modelo espacial irá permitir aos planejadores orientar o desenvolvimento futuro de infraestrutura verde nas áreas candidatas, aumentando a resiliência do ambiente urbano para a biodiversidade local, para o ciclo hidrológico e para qualidade de vida da população frente às mudanças climáticas. (AU)