Avaliação da associação da poluição atmosférica, variáveis meteorológicas e desfechos em saúde em São Paulo, Brasil e em Porto, Portugal

Resumo

A poluição do ar e as mudanças climáticas e seus efeitos catastróficos já são uma realidade global, o que também pode ser observado no Brasil e em Portugal pelo regime irregular de chuvas e disparidades na sazonalidade da temperatura, por exemplo. As relações entre poluentes atmosféricos (PM10, PM2,5, NO2, SO2, CO e O3) e efeitos na saúde têm sido alvo de muitos estudos, a fim de compreender a relação entre essas variáveis por meio de modelos matemáticos e impactos na saúde. Existem vários estudos globalmente analisando ondas de calor e extremos climáticos para indicadores de mortalidade. No entanto, poucos estudos analisaram os impactos da poluição do ar, das emissões de GEE e das variáveis meteorológicas na saúde humana no Brasil e em Portugal. São Paulo é a maior unidade federativa do Brasil em termos econômicos e industriais. Em 2021, representou um terço da economia do país. Porto é a capital da região norte de Portugal, possui 231.932 habitantes e é a 13a. área mais densa da Europa. A região metropolitana do Porto compreende 17 cidades e possui 1,5 milhão de habitantes, sendo a segunda maior região metropolitana e centro econômico de Portugal. Suas atividades econômicas concentram exportação e compete com Lisboa, sendo considerada a cidade mais importante e região industrializada da região norte do país. Portanto, esta pesquisa tem como objetivo realizar a análise epidemiológica do período observacional (variáveis observadas de clima, poluição do ar, mortalidade e morbidade) para o Estado de São Paulo e para a região do Porto de 2000 a 2022, empregando modelos propostos na literatura e ajustando novos. Serão aplicados os modelos multivariados da literatura e novos a serem desenvolvidos para avaliar a associação da poluição do ar e das emissões de GEE com variáveis meteorológicas (temperatura, umidade, vento e chuva) e indicadores de saúde (morbidade e mortalidade por doenças respiratórias e cardiovasculares). Os resultados servirão para demonstrar a magnitude do impacto e gerar subsídios para o desenvolvimento de políticas públicas que possam mitigar os efeitos deletérios dos poluentes atmosféricos e das mudanças climáticas. (AU)