Desenvolvimento de tecnologias rápidas e eficientes para diagnóstico de biomarcadores críticos relacionados à processos bioquímicos, nutrição e meio ambiente

Resumo

A medicina funcional é um campo da medicina em rápido crescimento focado na prevenção de doenças crônicas, busca da causa-raiz dos desequilíbrios de saúde e rastreamento/otimização de processos fisiológicos. A medicina funcional baseia-se principalmente em testes laboratoriais complexos e ainda caros, também conta com recursos humanos altamente especializado. Devido à crescente conscientização sobre a causa-raiz das doenças, a demanda pro diagnóstico precoce e prevenção de doenças está aumentando e, consequentemente aumentando o mercado de testes laboratoriais de medicina funcional. Na maioria dos casos, os convênios médicos não cobrem testes de laboratório de medicina funcional, levando o paciente a adquirí-los com seus próprios recursos. A deficiência de métodos analíticos multiresiduais e aos recursos humanos disponíveis (que elevam os custos dos exames de rotina) tornam-se o grande empecilho para o crescimento do mercado atual. Nesse sentido, a Reload Health SAS (França) e sua subsidiária (Reload Health Devices Ltda) vem focando no desenvolvimento de métodos bioquímicos metabolômicos multiresiduais rápidos e eficientes para poder disponibilizar testes fáceis e de uso doméstico (através do desenvolvimento do nosso polímero "Ouro Health", financiado pelo projeto FAPESP PIPE 1, processo 2020/05839-2) com custos reduzidos para o mercado brasileiro e mundial. A Reload Health também vem se concentrando nos últimos 3 anos na agilização de todo o processo, trabalhando em cada elemento de cadeia de valor. Por meio de sua subsidiária Reload Health Softwares Ltda desenvolveu interfaces web abrangentes para coletar dados de saúde do usuário, aproveitando algoritmos de Inteligência Artificial para simplificar o processo (NLP, visão computacional; assessment.reload.co), bem como algoritmos de processamento de dados para automatizar a interpretação. No PIPE 1 já obtivemos grandes êxitos nos protótipos dos dispositivos de microamostragem desenvolvidos por impressão 3D e, já conseguimos avaliar a capacidade destes dispositivos em 2 extrair com propriedade diversos metabólitos urinários (63 ácidos orgânicos dos 73 disponíveis no método). Já foram observadas a melhor configuração (melhores parâmetros obtidos) para o polímero de microamostragem (altura das camadas, diâmetro, largura de extrusão, temperatura da extrusora, velocidade de impressão e geometria) que foi capaz de obter o melhor volume de urina seca, alguns filamentos básicos no mercado também já foram avaliados na sua composição. Entretanto, para que o dispositivo de microamostragem urinária se torne não só o melhor do mercado, mas o único capaz de extrair com reprodutibilidade e segurança uma grande gama de metabólitos endógenos e exógenos em urina humana, necesitamos de recursos para continuar as buscas pelo melhor filamento polimérico possível para este propósito, os quais aumentem sua capacidade extrativa por processos de afinidade de polaridade ou dessorção. Além disso, precisamos também desenvolver métodos multiresiduias mais rápidos e baratos para a quantificação das centenas de compostos que queremos rastrear e fornecer as respostas quantitativas como produto na aquisição dos kits Reload Health Devices (já explicado com mais detalhes no Projeto 1) e precisaremos aumentar a capacidade de produção dos polímeros de microamostragem, sendo necessária a aquisição de mais impressoras 3D. Dessa forma, o auxílio FAPESP requerido no PIPE 2 recairá sobre a compra de diversos materiais, padrões e pagamento de análises e recursos humanos para que o "Ouro Health" seja finalizado, produzido em larga escala e lançado (como kit Reload) no mercado brasileiro. Acreditamos ainda, que pela capacidade analítica dos protótipos já desenvolvidos, o nosso polímero de microamostragem poderá ter uma vasta aceitação no mercado, podendo ser comercializado a laboratórios clínicos, toxicológicos, laboratórios de pesquisa acadêmica, hospitais e também laboratórios ambientais. (AU)