Associação entre níveis de colesterol LDL e ADAM10 em carreadores e não carreadores do alelo e4 da APOE

Resumo

A doença de Alzheimer (DA) é a forma mais prevalente de demência, caracterizada por um processo neurodegenerativo multifatorial e irreversível. No nível microscópico, ocorre o acúmulo anormal do peptídeo beta-amiloide (bA), que se agrega em placas senis extracelulares, e a hiperfosforilação da proteína tau, resultando em emaranhados neurofibrilares intracelulares. A desintegrina e metaloprotease 10 (ADAM10) é uma proteína presente em neurônios, plaquetas, líquido cefalorraquidiano (LCR) e leucócitos, e é capaz de realizar a clivagem da proteína precursora amiloide (APP), agindo na via não amiloidogênica e evitando assim a formação do bA. Nosso grupo verificou níveis aumentados da isoforma inativa dessa proteína no plasma e LCR de pessoas com DA, quando comparado com os níveis de pessoas cognitivamente saudáveis. Esses estudos permitiram classificar a ADAM10 como uma candidata a biomarcadora periférica para a DA. Biomarcadores periféricos se caracterizam por serem mais baratos e menos invasivos que os exames diagnósticos atuais para a doença e prometem revolucionar a prática clínica mundialmente. As lipoproteínas de baixa densidade (LDL) são responsáveis pelo transporte do colesterol pelo organismo. Contudo, o excesso de LDL pode se acumular nas artérias, aumentando o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como a aterosclerose. Assim, investigar uma possível associação entre os níveis de LDL e de ADAM10 em pessoas cognitivamente saudáveis carreadoras do polimorfismo e4 da Apolipoproteína E (APOE) auxiliará no melhor entendimento da doença, além de fornecer informações relevantes para futuras estratégias de prevenção e tratamento. Sendo assim, o objetivo deste projeto é analisar se os níveis aumentados de LDL estão associados aos níveis de ADAM10 em pessoas idosas saudáveis carreadoras do polimorfismo e4 da APOE.