Busca avançada
Ano de início
Entree
(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Reflexões sobre big data, sexualidades, datificação e moralidades no pornô digital: a “novinha” como categoria de classificação e indexação

Texto completo
Autor(es):
Carolina Parreiras [1]
Número total de Autores: 1
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Universidade de São Paulo (USP). Departamento de Antropologia - Brasil
Número total de Afiliações: 1
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Mana; v. 30, n. 2 2024-09-13.
Resumo

Resumo O objetivo deste artigo é refletir sobre a relação entre pornografia digital e big data, com foco especial nos modos como a categoria “novinha”, utilizada como forma de classificação de conteúdos pornográficos, circula e é apropriada, transformando-se em dados e métricas. Esta categoria é parte do vocabulário do senso comum no Brasil, sendo bastante utilizada em músicas, em contextos periféricos e como forma de classificar um tipo específico de vivência da adolescência. A perspectiva aqui desenvolvida se baseia em observação etnográfica conduzida no PornHub. Mais especificamente, interessam a esta reflexão as informações divulgadas pelo chamado PornHub Insights, dedicado à publicização e à análise de dados de acesso. A partir disso, busco compreender como a divulgação destes dados - plataformizados e nada neutros - levanta questões relativas à interseção entre sexualidades, moralidades, violência e adolescência, além de funcionar como um índice do que seria parte do comportamento sexual brasileiro. Neste sentido, parto das ideias de “datificação sexual” (Saunders 2020) e de plataformização para entender os processos que transformam práticas sexuais, corpos e sexualidades em dados supostamente quantificáveis, estabelecendo formas de governança das sexualidades. Trago também observações de minha própria navegação pelo PornHub, bem como recortes dos debates suscitados pelos dados de 2016 a partir de publicações no Facebook e no Twitter. Por fim, com o uso do NCapture, trago um mapeamento experimental de como a categoria “novinha” circula pelo Twitter, estando associada a hashtags e postagens que corroboram sua apropriação para indicar conteúdos eróticos. Assim, busco mostrar como esta categoria e seu uso como demarcadora de conteúdos pornográficos coloca em questão os limites da sexualidade (Gregori 2016). (AU)

Processo FAPESP: 21/06857-7 - Desigualdades digitais e etnografia: internet, seus usos, agenciamentos e possibilidades em favelas do Rio de Janeiro
Beneficiário:Carolina Parreiras Silva
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Jovens Pesquisadores
Processo FAPESP: 22/13233-2 - Violências e desigualdades digitais em favelas do Rio de Janeiro a partir de uma perspectiva etnográfica
Beneficiário:Carolina Parreiras Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Jovens Pesquisadores