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(Referência obtida automaticamente do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores.)

Fatores psicossociais e a infecção por HIV em mulheres, Maringá, PR

Texto completo
Autor(es):
Rozilda Neves Alves [1] ; Maria Júlia Kovács [2] ; Ron Stall [3] ; Vera Paiva [4]
Número total de Autores: 4
Afiliação do(s) autor(es):
[1] Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. Núcleo de Estudos e Prevenção da Aids - Brasil
[2] Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia - Brasil
[3] Aids Prevention Center for Disease Control and Prevention. Division of HIV
[4] Universidade de São Paulo. Instituto de Psicologia. Núcleo de Estudos e Prevenção da Aids - Brasil
Número total de Afiliações: 4
Tipo de documento: Artigo Científico
Fonte: Revista de Saúde Pública; v. 36, n. 4, p. 32-39, 2002-08-00.
Resumo

OBJETIVO: Analisar a percepção do risco de infecção em mulheres infectadas pelo HIV, antes de elas receberem o resultado positivo para essa patologia. MÉTODOS: Estudo exploratório com entrevistas em profundidade em amostra de conveniência constituída de 26 mulheres que freqüentavam o ambulatório de um centro regional de saúde em Maringá, PR. A entrevista foi semidirigida com um roteiro de perguntas fechadas e abertas sobre características sociodemográficos, conhecimento sobre prevenção primária e secundária, percepção de risco antes do teste positivo para HIV, impacto do resultado em suas vidas -- inclusive a sexual -- depois de saberem ser portadoras do vírus. Os resultados foram analisados pela metodologia de análise de conteúdo. RESULTADOS: Apesar de ter consciência de que essa doença pode atingir qualquer um, nenhuma das 26 mulheres estudadas acreditava estar infectada pelo HIV/Aids. Os mecanismos psicológicos, "negação", "evitação", "onipotência do pensamento" e "projeção" foram os que puderam ser identificados como aqueles que as mulheres mais utilizaram para lidar com as dificuldades e as ansiedades decorrentes da percepção de risco e das normas e relações de gêneros hegemônicas presentes na cultura brasileira. Verificou-se que, se o uso desses mecanismos alivia a angústia, por outro lado aumenta a vulnerabilidade das mulheres. Elas se sentem incapazes de atuar, e muitas mantêm relações sexuais desprotegidas com os parceiros, expondo-se à gravidez indesejada e à reinfecção. CONCLUSÕES: Os programas de prevenção do HIV devem considerar também aspectos psicológicos, socioeconômicos e culturais que interferem na vulnerabilidade das mulheres, antes e depois da infecção. Para haver maior alcance de suas ações, os programas devem ir além da distribuição massiva de informações e usar abordagens psicoeducativas em pequenos grupos que estimulem a conscientização das mulheres para além das informações biomédicas. (AU)

Processo FAPESP: 00/07406-2 - Revista de Saúde Pública
Beneficiário:Oswaldo Paulo Forattini
Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Periódico