Anatomia e aspectos ultra-estruturais de pulvinos de leguminosas de cerrados (senso lato)

Resumo

Os eventos fisiológicos responsáveis pelos movimentos foliares em leguminosas, têm sido correlacionados com características estruturais do pulvino. O tipo de movimento do pulvino tem sido associado com características das células da endoderme: a presença unicamente de grãos de amido é típica de pulvinos com movimentos rápidos, enquanto que grãos de amido juntamente com cristais de oxalato de cálcio são comuns em pulvinos com movimentos lentos. Para o pulvino de todas as espécies estudadas, é relatada uma bainha de células vivas ao redor do floema, a qual tem sido considerada um colênquima. Em Pterodon pubescens, uma espécie típica de cerrado, verificamos que essa bainha é formada por fibras pericíclicas septadas com plasmodesmas nas paredes que garantem continuidade simplástica entre o córtex e o cilindro vascular. A maioria das informações em literatura refere-se ao pulvino de Mimosa pudica, uma leguminosa que apresenta movimentos foliares rápidos. Para espécies com movimentos foliares lentos ou imperceptíveis, as informações são escassas, sendo inexistentes para as leguminosas de cerrado. Com o objetivo de verificar se as peculiaridades estruturais de pulvinos relatadas em literatura são extensivas as demais espécies de leguminosas, este trabalho propõe o estudo do pulvino de nove espécies comuns em cerrados, com ênfase nas características da endoderme e do sistema vascular, utilizando técnicas usuais em anatomia e ultra-estrutura vegetal. (AU)