Papel das angiotensinas III e IV na síntese de melatonina pela glândula pineal de ratos

Resumo

A glândula pineal sintetiza o hormônio melatonina, de noite, quando a noradrenalina (NE) é liberada pelos terminais simpáticos que inervam a glândula. A NE interagindo com seus receptores alfa e beta, induz o aumento do AMPc e do cálcio intracelulares, levando, em última instância à ativação da enzima AA-NAT e à síntese da melatonina. Foi descrito, na glândula pineal de ratos, um sistema renina-angiotensina local, que modula a síntese de melatonina, sendo os astrócitos responsáveis pela síntese de angiotensina II e estando os receptores AT1 localizados nos pinealócitos. Sabe-se que a angiotensina II pode ser metabolizada por aminopeptidases, como a Aminopeptidase A (APA) ou angiotensinase, que converte a angiotensina II em um heptapeptídeo (Ang. 2-8), a AngIII, ou pela aminopeptidase N (APN) para formar o fragmento hexapeptídico 3-8 da angiotensina II, fragmento este que é chamado de Ang IV. De modo a compreender melhor esse sistema na glândula pineal, o objetivo deste trabalho é investigar se os efeitos atribuídos a angiotensina II poderiam estar sendo mediados pelos seus metabólitos, as angiotensinas III e IV ou se estas possuem efeitos próprios. Pretende-se também caracterizar as relações entre os pinealócitos (células secretoras) e os astrócitos (células da glia), na modulação dos efeitos das 3 angiotensinas sobre a síntese de melatonina (quantificada em HPLC com detecção eletroquímica). A presença dos receptores para as diferentes angiotensinas, AT1a, AT1b, AT2 e IRAP, será analisada tanto nos pinealócitos, como nos astrócitos, usando a metodologia de reação em cadeia da polimerase (RT-PCR). Também será avaliada a resposta ao cálcio, induzida pelas angiotensinas II, III e IV, nos dois tipos celulares (pinealócitos e astrócitos), por microscopia confocal. (AU)