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Impacto climático na América do Sul para diferentes cenários de cobertura vegetal

Processo: 07/07834-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Regular
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2008
Data de Término da vigência: 31 de março de 2010
Área do conhecimento:Ciências Exatas e da Terra - Geociências - Geografia Física
Pesquisador responsável:Maria Elisa Siqueira Silva
Beneficiário:Maria Elisa Siqueira Silva
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Climatologia  América do Sul  Vegetação 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:América do Sul | cobertura vegetal | fluxos de superficie | Impacto climático | modelagem regional | Climatologia

Resumo

As condições climáticas e de cobertura vegetal condicionam em grande parte a utilização da superfície da Terra pelo homem. O uso do solo para as atividades agropecuárias é um exemplo determinante das restrições impostas pela atmosfera e superfície. Mais especificamente, a identificação de áreas potenciais a aridização devido às condições climáticas contribui para a definição da vulnerabilidade da superfície. A biosfera e a atmosfera se inter-relacionam principalmente através das trocas de água, calor e gases-traço. Uma forte dependência das condições climáticas (temperatura, umidade e precipitação) e do solo (umidade do solo, estrutura e manejo) é estabelecida na dinâmica dessas relações. Estudos apontam para alterações no regime de chuvas decorrentes de mudanças na vegetação ou, mais especificamente, dos fluxos de calor e água em conseqüência de variações no albedo, umidade do solo, rugosidade da superfície e da ecofisiologia. Sugere-se, por exemplo, que alterações nas condições do tempo e do clima resultantes de desmatamento em grande escala na Amazônia conduzam preferencialmente a uma redução das chuvas e aumento da temperatura do ar. Nestes casos, a redução da precipitação deve-se à diminuição da convergência do ar em baixos níveis e do fluxo de calor latente da superfície para a atmosfera e, o aumento da temperatura, pelo aumento do fluxo de calor sensível, mantendo o balanço de energia descrito nos modelos. Os fatores biofísicos que atuam diretamente na diminuição da precipitação dizem respeito à diminuição da rugosidade, que está associada à diminuição do transporte turbulento na interface biosfera-atmosfera, à diminuição do comprimento das raízes da vegetação, reduzindo a capacidade da planta retirar água do solo e, à diminuição da evapotranspiração. Outros estudos revelam que a substituição parcial de floresta tropical por pastagem em escala regional pode levar a um aumento da precipitação nas áreas desmatadas. Embora os resultados de simulações em escala climática, considerando a alteração da composição atmosférica, têm indicado alta probabilidade de mudança dos padrões climáticos globais (IPCC, 2007), indicam também certo grau de incerteza devido ao emprego de diferentes resoluções espaciais e parametrizações, que levam a diferentes resultados nas simulações. Diante do grau de incerteza e das diversas relações entre a biosfera e a atmosfera, identifica-se a necessidade geral de se despender mais esforços na avaliação de impactos climáticos, em particular, para a região centro-sul da América do Sul, onde é observada, em áreas específicas, baixa previsibilidade climática. Os modelos atmosféricos regionais atuais acoplados a esquemas de biosfera apresentam uma abordagem suficientemente complexa para o tratamento das relações biosfera-atmosfera. A relação da distribuição geográfica da vegetação com o clima tem sido verificada com modelos biogeográficos ou modelos de vegetação potencial (Salazar et al., 2007). Estes modelos consideram como paradigma central o controle dominante do clima sobre a distribuição da vegetação. Salazar et al. (2007) utilizaram um modelo de vegetação potencial (Oyama e Nobre, 2004) para estimar a distribuição geográfica da vegetação com base em 15 cenários climáticos de emissões de CO2 do conjunto A2 do quarto relatório (AR4) do IPCC (2007). Todos os cenários climáticos utilizados em Salazar et al. (2007) mostraram tendência à aridização com diferentes intensidades, principalmente no centro da América do Sul e na parte leste da Amazônia (savanização). Com o intuito de se verificar o impacto atmosférico decorrente de alterações da superfície em condições climáticas distintas, propõe-se estudar as conseqüências da alteração da biosfera no clima da região centro-sul da América do Sul considerando-se os cenários de biomas obtidos por Salazar et al. (2007), com a utilização do modelo regional RegCM3 acoplado ao esquema Biosphere-Atmosphere-Transfer-Scheme (BATS). (AU)

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Publicações científicas
(Referências obtidas automaticamente do Web of Science e do SciELO, por meio da informação sobre o financiamento pela FAPESP e o número do processo correspondente, incluída na publicação pelos autores)
SIQUEIRA SILVA, MARIA ELISA; PEREIRA, GABRIEL; DA ROCHA, ROSMERI PORFIRIO. Local and remote climatic impacts due to land use degradation in the Amazon ``Arc of Deforestation{''}. THEORETICAL AND APPLIED CLIMATOLOGY, v. 125, n. 3-4, p. 609-623, . (07/07834-3)
SIQUEIRA SILVA, MARIA ELISA; PEREIRA, GABRIEL; DA ROCHA, ROSMERI PORFIRIO. Local and remote climatic impacts due to land use degradation in the Amazon "Arc of Deforestation". THEORETICAL AND APPLIED CLIMATOLOGY, v. 125, n. 3-4, p. 15-pg., . (07/07834-3)