Repercussões da obesidade na próstata ventral de ratos: caracterização histológica e análise do papel estrogênico

Resumo

As alterações metabólicas decorrentes da obesidade causam significativa diminuição nos níveis de andrógenos e tal redução relaciona-se à alta atividade da enzima aromatase, presente em abundância no tecido adiposo. Desse modo, é razoável supor que a obesidade influencia negativamente os órgãos andrógeno-dependentes, como a próstata. Estudos recentes têm sugerido que altas doses de estrógeno promovem a hiperplasia benigna e neoplasias na próstata e que a obesidade exerce influência na progressão maligna do câncer em diversos tecidos através da hiperinsulinemia e produção excessiva de IGF-1. Assim, este trabalho tem como finalidade caracterizar os efeitos da obesidade sobre a morfofisiologia da próstata ventral de ratos e as possíveis relações com a ocorrência de lesões malignas no órgão. Também serão investigadas as associações entre as alterações prostáticas com os níveis de estrógeno, a expressão de seus receptores e fatores de crescimento. Serão utilizados 40 ratos Wistar machos adultos divididos em 4 grupos: G1- Controle, G2- tratado com Letrozol, G3- Dieta hipercalórica e G4- Dieta hipercalórica + Letrozol. Após 15 semanas de dieta, os ratos do grupo G2 e G4 serão tratados diariamente com 1mg/kg peso de letrozol, durante 2 semanas, seguindo-se então o sacrifício de todos os grupos. A próstata ventral será processada para microscopia de luz e eletrônica de transmissão, assim como imunocitoquímica para os receptores esteróides. A expressão desses receptores e dos fatores de crescimento: IGF-1, TGF² e FGF será avaliada por "western blotting". Parâmetros metabólicos e bioquímicos, como os níveis séricos de testosterona, estrógeno e insulina serão quantificados. A análise histopatólogica poderá avaliar a incidência de lesões na glândula. Todos os valores numéricos serão analisados estatisticamente. A investigação sobre a obesidade e suas conseqüências metabólicas, proposta nesse projeto, trará novos subsídios para esclarecer a relação ainda controversa entre a obesidade e o câncer de próstata, o comprometimento morfofuncional da glândula e o envolvimento do estrógeno nestas situações. (AU)