Estudo da vasorreatividade cerebral em pacientes com estenose carotidea atraves de ressonância magnética funcional.

Resumo

A aterosclerose carotídea é uma das principais etiologias da isquemia cerebral por mecanismos que envolvem fenômenos embólicos e hipofluxo cerebral. Em estudos com Doppler transcraniano, a alteração de vasorreatividade cerebral em pacientes com estenose grave da artéria carótida tem sido apontada como um dos fatores preditores de isquemia, além de estar associada ao desenvolvimento de síndromes de hiperperfusão após procedimentos de revascularização carotídea. A ressonância magnética funcional utilizando o contraste BOLD permite uma avaliação não-invasiva da reserva hemodinâmica cerebral com maior resolução espacial que o Doppler transcraniano. Entretanto, esta técnica foi pouco explorada para investigar o impacto do tratamento endovascular sobre a vasorreatividade cerebral. O objetivo deste estudo é avaliar a vasorreatividade cerebral de pacientes com estenose grave da artéria carótida através de diferentes técnicas de neuroimagem funcional, antes e após a angioplastia carotídea com colocação de stent. Para isso, 20 pacientes com doença aterosclerótica severa da artéria carótida (>70%), com indicação de recanalização endovascular com stent carotídeo, serão avaliados através de duas diferentes técnicas de neuroimagem funcional: (1) Doppler transcraniano em condição basal e sob estresse hipercápnico; (2) Análise quantitativa da resposta hemodinâmica obtida pelo contraste BOLD de ressonância magnética a um paradigma de estímulo auditivo em condições basais e estresse hipercápnico. Adicionalmente, será realizada uma análise estrutural do Polígono de Willis, buscando avaliar os padrões de fluxo colateral para correlação com os outros achados clínicos e de neuroimagem. Após a realização do procedimento de angioplastia as respostas hemodinâmicas dos pacientes serão novamente avaliadas através das duas técnicas para que se possam evidenciar diferenças quanto sua vasorreatividade.