Os pequenos mamíferos (Didelphimorphia, Rodentia) do Estado de Mato Grosso, Brasil

Resumo

Em média são descritos um gênero e oito espécies novas de mamíferos neotropicais por ano. Para a América do Sul, estima-se um aumento de mais de 100% no número de espécies conhecidas nos próximos vinte anos. O Brasil apresenta a maior diversidade de mamíferos mundial. Os pequenos mamíferos somam dois terços da riqueza deste grupo no país, possuindo novos táxons descritos constantemente, à medida que inventários e estudos taxonômicos são feitos, revelando, assim, uma diversidade ainda escondida. Considerando-se a análise dos espécimes depositados em coleções científicas, há, ainda, muito a se estudar, sendo estes dados, fonte crucial para a descrição da biodiversidade. A exploração ambiental para o desenvolvimento humano representa grande ameaça à biodiversidade. O Estado de Mato Grosso abrange áreas de biomas distintos em seu território, sendo detentor de elevada riqueza de espécies. Entretanto, é um dos Estados que vem sofrendo fortes pressões antrópicas nos últimos anos, como consequência, áreas naturais vem sendo desmatadas para produção agrícola ou pecuária. Uma das razões para a ausência de prioridade em sua conservação é a falta de informação sobre sua biodiversidade. Sem uma compreensão consistente a respeito das espécies e suas áreas de distribuição, restam poucos argumentos para ganhar apoio público ou privado para a conservação. Portanto, a maior ameaça para os pequenos mamíferos é a escassez de conhecimento cientifico básico referente à taxonomia, distribuição e história natural. É proposto aqui um estudo sobre diversidade e distribuição geográfica das espécies de pequenos mamíferos (Didelphimorphia e Rodentia) que ocorrem no Estado de Mato Grosso, permitindo caracterizar sua diversidade e aperfeiçoar os limites de distribuição das espécies registradas, obtendo dados primordiais para a conservação da biodiversidade desta região.