Avaliação do envolvimento de hospedeiros invertebrados no ciclo de vida de Myxozoa parasitos de pintado (incluindo híbridos) e pacu (incluindo híbridos) de sistemas de criação.

Resumo

Parasitos do Filo Myxozoa são metazoários cosmopolitas que infectam vertebrados (principalmente peixes, mas também anfíbios e répteis, e mais recentemente foram encontrados em aves) e invertebrados (principalmente anelídeos, mas também hidrozoários). Até meados da década de 80, as espécies que infectavam vertebrados eram agrupadas na classe Myxosporea e aquelas que infectavam invertebrados, na classe Actinosporea. Em 1984 em pesquisas com Myxobolus cerebralis, e mais tarde confirmado para outras espécies, descobriu-se que estes parasitos alternavam entre o hospedeiro peixe (aquilo que se denominava classe Myxosporea) e um hospedeiro invertebrado (aquilo que se denominava classe Actinosporea), constituindo assim, formas distintas de um mesmo parasito em fases diferentes do ciclo de vida. Diante desta nova circunstância a classe Actinosporea foi extinta e para facilitar a comunicação entre aqueles que estudam mixosporídeos convencionou-se usar os termos "estágio actinosporo", para as formas encontradas nos hospedeiros invertebrados e "estágio mixosporo", para as formas encontradas no hospedeiro vertebrado. Até o presente, não mais de 40 espécies de mixosporídeos tiveram seus ciclos de vida elucidados, com as descrições dos estágios actinosporos e mixósporo, bem como a identificação dos hospedeiros vertebrados e invertebrados, sendo que nenhuma destas da America do Sul. Assim, este estudo tem como objetivo identificar, utilizando ferramentas morfológicas e moleculares, os estágios actinosporo e mixosporo e os hospedeiros invertebrados (oligoquetas) envolvidos no ciclo de vida de mixosporídeos parasitos de pintado (incluindo híbridos) e de pacu (incluindo híbridos), oriundos de pisciculturas do estado de São Paulo e do Mato Grosso do Sul. Para isso, hospedeiros peixes e hospedeiros invertebrados (oligoquetas) serão coletados em quatro pisciculturas (duas no estado de São Paulo e duas no Mato Grosso do Sul). O estudo taxonômico das espécies de mixosporídeos (estágios actinosporo e mixosporo) e dos hospedeiros oligoquetas dar-se-á pela análise morfológica (microscópio de luz) e por técnicas de biologia molecular (sequenciamento do gene 18S rDNA). Desta forma, com o conhecimento do ciclo de vida destes parasitos, tão comuns nas criações de pintado e de pacu, espera-se gerar subsídio para o manejo melhorando as condições sanitárias e auxiliando a diminuir a prevalência e a intensidade destes parasitos nas pisciculturas.