Investigação da atividade apoptótica na abertura luminal dos ductos das glândulas salivares: análise comparativa entre modelo animal e humano

Resumo

As glândulas salivares são responsáveis por secretar saliva e assim contribuir para a manutenção da homeostase da cavidade oral. Disfunções permanentes glandulares causadas por radioterapia, doenças inflamatórias e desordens genéticas geralmente elevam o risco de infecções da mucosa oral e de estruturas dentárias, e também podem afetar funções fisiológicas como fala, mastigação a paladar, diretamente interferindo na qualidade de vida. Os tratamentos atualmente disponíveis são apenas paliativos, o que gera a necessidade de se desenvolver melhores estratégias regenerativas capazes de prevenir e tratar injúrias das glândulas salivares. Sugere-se que glândulas salivares adultas possuem capacidade regenerativa, assim elucidar os mecanismos que regulam a formação glandular torna-se crucial para caracterizar sua regulação e contribuir com futuras pesquisas translacionais. A morfogênese das glândulas salivares é baseada na formação de uma série de ductos conectados a unidades secretoras terminais. Tal processo se inicia com a intensa proliferação do epitélio oral primitivo em direção ao mesênquima subjacente, seguindo-se com ramificação, sinalização e diferenciação celular até atingir a fase adulta, similarmente a outros tecidos glandulares. Diversos mecanismos complexos estão envolvidos durante o desenvolvimento das glândulas salivares, e a interação entre células epiteliais e mesenquimais é um dos mecanismos mais importantes para permitir a movimentação celular requerida para o desenvolvimento total da glândula. Sólidos cordões epiteliais são submetidos ao processo de canalização, em que se origina o espaço luminal dos ductos que permite a passagem livre de saliva até a cavidade oral. Juntamente à polarização celular, sugere-se que o processo de morte celular programada chamado apoptose é um dos mecanismos mais importantes que regula a abertura dessa área luminal. A apoptose é um mecanismo fisiológico essencial para a eliminação de células sem função ou prejudiciais ao organismo controlado por ordem genética. Além disso, também está envolvida com processos tumorais e condições autoimunes quando fora de controle. Assim, o principal objetivo deste projeto de pesquisa é analisar o envolvimento do mecanismo apoptótico nos estágios morfogenéticos das glândulas salivares embrionárias, evidenciando uma comparação entre modelos animal e humano para interpretar sua colaboração com a formação e manutenção do espaço luminal. (AU)