Alterações estruturais através da técnica de morfometria baseada em voxel (VBM) em pacientes com Doença de Parkinson

Resumo

A primeira descrição da Doença de Parkinson (DP), de James Parkinson, em 1817 limitou-se a manifestações motoras. Gowers, em 1893, descreveu os principais sintomas: tremor, rigidez e postura flexionada. Anos depois, foram descobertas inclusões citoplasmáticas, os corpos de Lewy (LB), uma das maiores marcas patológicas. Iniciando-se a era moderna do entendimento da DP, verificou-se deficiência de dopamina neostriatal na DP. A DP é definida pela degeneração progressiva dos neurônios dopaminérgicos do sistema nigroestriatal e de outras redes neuronais causadas pela perda progressiva da neuromelanina nos núcleos de projeção da substância negra parte compacta (SNc) e muitos outros núcleos subcorticais associados com a ocorrência generalizada de corpúsculos de Lewi. À medida que a doença progride, a formação intracerebral de LB, que começa em áreas definidas, avança afetando componentes dos sistemas autonômico, límbico e somatomotor. Em 2002, Braak propôs um estagiamento em seis etapas para a DP, demonstrando a ascendência do tronco cerebral em direção a áreas neocorticais. Até o momento, a maioria dos estudos que utilizaram a VBM em pacientes com DP fizeram análises comparativas pontuais. Justifica-se, dessa forma, um estudo mais abrangente e que faça correlações entre o curso clínico e mudanças morfológicas, ainda não definitivamente validadas pelo estagiamento de Braak. O objetivo do estudo é comparar pacientes com DP e grupo controle e avaliar as diferenças morfométricas através da morfometria baseada em voxel (VBM), correlacionando-as com marcadores clínicos da DP. Todos serão avaliados através de revisão da sua história, exame neurológico completo e aplicação de escalas validadas para a avaliação de pacientes com DP. A morfometria baseada em voxel (VBM) é uma análise global do cérebro, e elucida diferenças focais em diferentes regiões cerebrais, usando a abordagem estatística do mapeamento estatístico paramétrico. Correlações entre o curso clínico e mudanças morfológicas ainda não foram definitivamente validadas. A utilização de técnicas de neuroimagem permite o estudo de alterações in vivo, e podem dessa forma, confirmar os achados previamente sugeridos.(AU)