Identificação de patógenos de abelhas em produtos apícolas comercializados no Estado de São Paulo e perfil da sanidade apícola no Vale do Ribeira, SP

Resumo

A sanidade apícola representa hoje uma preocupação mundial devido a fenômenos de causas ainda indefinidas, como o declínio populacional e mortalidade de abelhas melíferas que vem sendo observado em apiários de diversos países e, mais recentemente, também no Brasil. É patente a maior incidência de problemas sanitários nas colônias de abelhas africanizadas no país, em contraste com o que ocorria em décadas anteriores. No que diz respeito aos aspectos de produção, sabe-se que muitos apicultores deslocam suas colméias para regiões de plantio de laranjeiras e de eucalipto em terras paulistas, vindo inclusive de outros estados, o que possibilita também trânsito de patógenos. Por outro lado, dados do IBGE apontam ser o estado de São Paulo o oitavo em produção de mel, muito embora figure como primeiro exportador, o que indica o trânsito também de produtos oriundos de outras unidades federativas. A atual proposta tem como objetivos: a) avaliar a presença e/ou prevalência de patógenos em produtos apícolas comercializados no Estado de São Paulo detentores de SIF, considerando a possibilidade de dispersão de tais agentes via produtos; b) avaliar a presença e/ou prevalência de patógenos em apiários do Vale do Ribeira, SP, possibilitando o conhecimento do perfil sanitário desses plantéis e a proximidade com a região do foco de Cria Pútrida Americana ocorrido em 2006, próximo a Curitiba (enxameações podem ter dispersado o agente causador, a bactéria P. larvae). As informações geradas serviriam de subsídios para diretrizes governamentais, uma vez que o comércio de produtos apícolas e seus aspectos de globalização, bem como o deslocamento de colônias entre regiões, podem desempenhar um papel importante na dispersão de patógenos. (AU)