Efeito do estresse pré-natal sobre a manifestação da ansiedade na idade adulta, no labirinto em T elevado

Resumo

A manifestação da ansiedade na idade adulta muitas vezes não pode ser explicada por fatores genéticos, ambientais e história da pessoa na vida pós-natal. Desse modo, muitas dúvidas ainda existem em relação à gênese desse transtorno mental, que continua sendo um desafio no campo da ciência, considerando que o uso de ansiolíticos tem sido muito elevado, principalmente em mulheres, que apresentam maior susceptibilidade a este distúrbio. Assim, com base em estudos anteriores que apontam o período pré-natal como uma fase em que a progenitora pode passar suas experiências através de comunicação molecular e afetar de forma permanente o embrião ou o feto, o presente estudo terá por objetivo a exposição de ratas a diferentes tipos de estressores crônicos em diferentes períodos da gestação e, posteriormente, avaliar o perfil de ansiedade da progênie na vida pós-natal. As ratas serão divididas em 2 grandes grupos: controle e experimental. As ratas do grupo controle permanecerão em suas caixas agrupadas (5 animais por caixa). As ratas experimentais serão divididas em 2 subgrupos: no subgrupo de separação, serão apenas alojadas individualmente (1 animal por caixa). No outro subgrupo, além de separadas, serão submetidas a um esquema de estresse crônico por 7 dias. Essas manipulações serão conduzidas em 3 etapas distintas: 1ª. Etapa: exposição aos estressores na 1ª. semana de gestação; 2ª. Etapa: exposição aos estressores na 2ª. semana de gestação; 3ª. Etapa: exposição aos estressores na 3ª. semana de gestação. No último dia do esquema de estresse crônico, cada rata será submetida ao Labirinto em Cruz Elevado (LCE), um modelo animal de ansiedade, visando avaliar se o esquema alterou seu estado emocional. Após o nascimento a mãe ficará em uma caixa separada com seus filhotes, até completarem 21 dias de vida pós-natal, quando os mesmos serão sexados e agrupados. As avaliações comportamentais da prole serão conduzidas respectivamente 30 dias, 90 dias ou 180 dias após o nascimento, utilizando o Labirinto em T Elevado (LTE), um modelo animal que avalia separadamente dois tipos de ansiedade, ansiedade generalizada e pânico, e em seguida, a arena, para verificar se houve aumento da atividade motora dos animais e se isto pode ter influenciado no LTE. Será realizada a análise estatística dos dados obtidos, bem como o teste de correlação entre os resultados das progenitora e da progênie, com o objetivo de verificar se o aumento da ansiedade materna ocasionou aumento da ansiedade do filhote nas diferentes idades analisadas. (AU)