Efeito de estressores sobre o perfil de ansiedade em fêmeas na prenhez e no puerpério

Resumo

Sabe-se que a mulher moderna, por assumir diferentes papéis na sociedade, passa a vivenciar diferentes estímulos estressores no seu cotidiano. Aliado a este quadro, tem o papel de incubar o concepto ao longo de todo o período gestacional, parir e amamentar sua progênie. Por mais que tenha o apoio paterno, as alterações anatômicas, fisiológicas e emocionais decorrentes de cada fase da gestação e do puerpério merecem por si só maior atenção na assistência à mulher. Os motivos para desencadeamento de ansiedade pré e pós-natal provavelmente é devido a diversos fatores, desde os reajustes hormonais, a experiência única da primeira gravidez, comorbidades, assim como também podem estar envolvidos a falta de suporte social e estresse pré-natal e pós-parto. Assim, com base em estudos anteriores que apontam a gravidez e o puerpério como períodos sensíveis para manifestação de psicopatologias, pergunta-se: será que a separação dos filhotes no período puerperal aumenta a ansiedade das progenitoras? Esta ansiedade é potencializada em progenitoras submetidas ao estresse crônico (previsível e imprevisível) no período gestacional? A hipótese é que a separação dos filhotes é contundente em progenitoras previamente estressadas. O presente estudo terá por objetivo avaliar a manifestação da ansiedade de ratas submetidas a diferentes tipos de estressores crônicos em momentos distintos da gestação e após a separação dos filhotes no puerpério. As Progenitoras (ratas Wistar) serão divididas em 2 grandes grupos: controle e experimental. As ratas do grupo controle permanecerão em suas caixas agrupadas (5 animais por caixa). As ratas experimentais serão divididas em 2 subgrupos: no subgrupo de separação, serão apenas alojadas individualmente (1 animal por caixa). No outro subgrupo, além de separadas, serão submetidas a um esquema de estresse crônico por 7 dias. Essas manipulações serão conduzidas em 3 etapas distintas: 1ª. Etapa: exposição aos estressores na 1ª. semana de gestação; 2ª. Etapa: exposição aos estressores na 2ª. semana de gestação; 3ª. Etapa: exposição aos estressores na 3ª. semana de gestação. No último dia do esquema de estresse crônico, cada rata será submetida ao Labirinto em Cruz Elevado (LCE), um modelo animal de ansiedade, visando avaliar se o esquema alterou seu estado emocional. A mesma avaliação, ao fim de cada semana gestacional, será aplicada nos grupos de ratas controle. Após o nascimento a progenitora ficará em uma caixa separada com sua prole, até completarem 21 dias de vida pós-natal, quando ocorrerá a separação dos filhotes. Após a separação, as ratas serão avaliadas novamente no LCE. Os dados serão analisados através da ANOVA (Two Way) e de medidas repetidas. Os dois fatores a serem estudados serão: Fator 1 - Semana de Gestação (primeira, segunda e terceira semana); Fator 2 - Grupos (controle, estresse crônico previsível - separação, e estresse crônico imprevisível) em duas condições distintas: ao longo do período gestacional e após a retirada dos filhotes da progenitora. Será realizado também o teste de correlação entre os resultados da progenitora durante a gestação e após a separação dos filhotes, com o objetivo de verificar se o aumento da ansiedade materna durante a gestação ocasionou aumento da ansiedade no puerpério, pós-separação. (AU)