Avaliação do uso do 68Ga-peptídeo análogo de somatostatina PET/CT como ferramenta diagnóstica em tumores neuroendócrinos e sua correlação com marcadores moleculares

Resumo

Apesar dos recentes avanços terapêuticos, a ressecção cirúrgica dos tumores neuroendócrinos (TNE) permanece como o único tratamento com potencial de cura e, portanto o desenvolvimento de exames que permitem sua detecção precoce é importante. Os exames utilizados para localização destes tumores incluem os de imagem estruturais (ultrassonografia (US), tomografia computadorizada (CT) e ressonância magnética (RM)) bem como os exames funcionais os quais se baseiam na propriedade dos TNE de expressarem receptores de somatostatina na sua superfície (cintilografia com 111In-DTPA-octreotida (OctreoScan). A CT com emissão de pósitron que utiliza a deoxiglicose marcada com 18F (18FDG PET/CT) é um exame de alta resolução, útil em tumores com alto metabolismo de glicose. Os estudos que avaliaram sua eficácia em TNE revelaram alta sensibilidade nos tumores de alto grau, entretanto a maioria destes tumores é indolente e de baixo consumo de glicose e portanto a 18FDG PET/CT tem pouca utilidade. O desenvolvimento recente da PET/CT utilizando análogos de somatostatina marcados com 68Gálio proporciona associar a sensibilidade dos exames estruturais com a especificidade dos exames funcionais. Estudos recentes sugerem a superioridade desta ferramenta em relação aos exames convencionais disponíveis nos vários tipos de tumores neuroendócrinos bem ou moderadamente diferenciados. O objetivo primário deste projeto é avaliar a eficácia do 68Ga-PEPTÍDEO ANÁLOGO DE SOMATOSTATINA PET/CT em diferentes tipos de tumores neuroendócrinos e o objetivo secundário é correlacionar estes achados com o índice de proliferação Ki-67 e expressão gênica e proteica dos receptores de somatostatina e dos microRNAS considerados reguladores desses receptores. Este projeto foi desenvolvido por um grupo multidisciplinar envolvendo endocrinologistas, oncologistas, patologistas, biólogos e médicos da medicina nuclear. Como a história natural, avaliação diagnóstica e tratamento destes diversos tumores são diferentes foi optado pelo desenvolvimento de subprojetos específicos que visam o mesmo objetivo primário e secundário obedecendo às particularidades de cada tumor. (AU)