Correlação prognóstica da expressão de micro rnas através da varredura por microarray no carcinoma espino celular peniano

Resumo

Introdução: O câncer de pênis, embora raro em países ocidentais, representa até 20% das neoplasias do sexo masculino nos países em desenvolvimento. Os principais fatores de prognóstico são o estádio patológico e o grau tumoral, embora sejam uteis na prática diária, estes fatores apresentam desempenho aquém do desejável. O tratamento cirúrgico do tumor localizado consiste na penectomia associada à linfadenectomia inguinal e apresenta altas taxas de sobrevida livre de recorrência; porém quando há acometimento linfonodal os resultados do tratamento cirúrgico são inferiores. Como complicador inexistem terapias sistêmicas eficazes e as taxas de resposta à radioterapia também são baixas. Dados da literatura indicam que fenômenos epigenéticos, como a expressão de microRNAs (miRNA), tem papel importante na carcinogênese de diversas neoplasias. Postulamos que o pior prognóstico do tumor possa estar associado a um determinado perfil de expressão de miRNAS, e que o seu conhecimento possa levar a descoberta de novos marcadores de prognóstico. Objetivo: Identificar o padrão de expressão de miRNAs no câncer de pênis localizado tratado por cirurgia e associá-lo ao comportamento da doença. O objetivo final é a identificação de marcadores de agressividade do tumor que possam servir como biomarcadores de prognóstico ou terapia alvo. Metodologia: Na fase inicial analisaremos amostras de tecido congelado do tumor primário de 12 pacientes com câncer de pênis divididos em dois grupos: (a) 6 tumores de baixo grau e estádio localizado; e (b) 6 tumores de alto grau e localmente avançado. As amostras serão submetidas à análise de varredura de expressão de miRNAs pela técnica de "microarray" com o intuito de identificarmos os miRNAs mais diferentemente expressos quando comparados os casos de bom versus mal prognóstico. Na fase de validação avaliaremos prospectivamente 20 pacientes com carcinoma espinocelular peniano localizado ou localmente avançado, tratados com cirurgia e com acompanhamento pós-operatório de 3 anos (grupo c). Coletaremos amostras do tumor primário e do produto da linfadenectomia inguinal destes 20 casos para análise da expressão dos miRNAs selecionados na fase inicial do estudo; sendo a n\análise de expressão realizada pela técnica de PCR em tempo real. A seguir, correlacionaremos os níveis de expressão destes miRNAs com o estadio patológico, grau tumoral, invasão angiolinfática e sobrevida livre de recorrência do tumor. A presença de DNA de HPV será avaliada pela metodologia de PCR seguida de sequenciamento. (AU)