Um estudo sobre as interações diádicas e triádicas entre pai, mãe e bebê: alcances e limites para a prática do cuidado parental igualitário

Resumo

Na revisão de literatura acerca do desenvolvimento psíquico na primeira infância a ênfase é situada na importância da relação diádica entre mãe e bebê, no entanto, alguns pesquisadores vêm se dedicando ao estudo da relação pai-mãe-bebê e às interações psicoafetivas que se estabelecem entre a tríade. Estes estudos se tornaram relevantes a partir da desconstrução de estereótipos que anteriormente definiam de forma rígida e dicotômica o cuidado de pais e mães. Dessa forma, a emergência do cuidado parental compartilhado e a divisão democrática de responsabilidades nas famílias contemporâneas têm permitido a investigação de novas dinâmicas relacionais. Dentro desse contexto, este estudo se mobiliza com o objetivo de analisar, a partir do acompanhamento da tríade pai-mãe-bebê, a constituição das interações diádicas e triádicas estabelecidas entre o sexto e o nono mês de vida da criança. Para o empreendimento dessa análise serão levados em consideração aspectos: referentes às interações entre a tríade; referentes às correlações entre o material observado e os referenciais presentes na literatura científica acerca das novas configurações familiares; e referentes a fatores sociais, econômicos e demográficos presentes no contexto de proveniência das famílias, a saber, a cidade de Maceió. Para alcançar esse objetivo a pesquisa será conduzida por meio de uma adaptação do método de observação psicanalítica da relação mãe-bebê (ou Método Esther Bick) e será estruturada com base nos dados construídos através do conteúdo de entrevistas, a serem realizadas com os pais e as mães, e dos relatos de observação das interações cotidianas entre duas tríades pai-mãe-bebê.