Efeitos da fumaça do cigarro na modulação epigenética de células gliais frente a um estímulo inflamatório

Resumo

Alterações epigenéticas são modificações que ocorrem no DNA capazes de controlar o processo transcricional. Durante a fase de implantação do óvulo, o DNA é mais vulnerável às influências externas, como a fumaça do cigarro, aumentando o risco de retardamento do desenvolvimento fetal, do risco de morte súbita pós-natal e de anormalidades do sistema imune. Ainda, filhos de mães fumantes desenvolvem asma precocemente, justificado pelas alterações nos genes F2RL3 e AHRR, além de supressão do fator de transcrição T-Bet, aumento da resposta TH2 e maior apresentação do cromossomo 5q 'TH2'. Neste contexto, o objetivo deste projeto é avaliar as influências da fumaça do cigarro na ontogenia do sistema imune e suas consequências em uma resposta inflamatória no sistema nervoso central. Para tanto, camundongos C57BL/6 fêmeas prenhes serão expostas à fumaça do cigarro desde o plug vaginal até o nascimento da prole. Entre os três primeiros dias de vida, os filhotes serão separados para duas linhas de trabalho: 1) "in vivo": os animais serão desafiados com LPS i.p. na dose de 1 mg/kg. Após 4 horas, os camundongos serão eutanasiados e o SNC removido para as análises de PCR Array, CBA, citometria de fluxo e metilação global do DNA. 2) "in vitro": os encéfalos dissecados serão utilizados para a preparação de cultura mista de glia. Decorridos 14 dias, as células serão estimuladas com LPS 100 ng/mL e, após 24 horas, serão realizados ensaios de CBA, Western Blot, citometria de fluxo e metilação gene específica. (AU)