Biotransformação de isoflavonas de soja para obtenção de produto rico em compostos bioativos e caráter probiótico

Resumo

A soja e seus derivados vêm obtendo êxito no mercado alimentício, uma vez que seu consumo tem sido associado a vários efeitos benéficos à saúde humana. Dentre os seus compostos bioativos, as isoflavonas, uma classe de fitoestrógenos, são conhecidas por suas atividades biológicas, tais como as atividades antioxidante e antitumoral, efeito anticarcinogênico, prevenção da osteoporose e doenças cardiovasculares, bem como a redução de sintomas associados à menopausa. Porém, para que as isoflavonas possam ser eficientemente absorvidas, elas precisam ser transformadas da forma glicosilada para a forma aglicona. Além disso, estudos têm mostrado que a eficácia clínica das isoflavonas está relacionada com a capacidade de produção de equol, um metabólito da daidzeína que, segundo a literatura, é produzido exclusivamente pela ação da microbiota intestinal. No entanto, nem todos os indivíduos são capazes de metabolizar as isoflavonas em equol, sugerindo que a eficácia dos alimentos à base de soja varia de acordo com a capacidade do indivíduo em produzir ou não este composto. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é desenvolver um produto que contenha concentrações significativas de isoflavonas bioativas e equol em sua composição, representando uma alternativa viável para indivíduos não produtores destes compostos. Para tanto, serão elaborados e avaliados processos de biotransformação enzimática e fermentativa do extrato de soja. O produto final será avaliado quanto à sua bioatividade, em especial seu potencial estrogênico, em ensaios celulares e em modelos animais.